Cursos de Cristandade ajudam a combater a sociedade «apostolicamente anémica»

Nota Pastoral para celebrar os 50 anos deste movimento

Os Cursos de Cristandade estão a celebrar 50 anos de presença em Portugal. Numa Nota Pastoral, os bispos portugueses recomendam às comunidades diocesanas e paroquiais “maior abertura para fomentarem a participação criteriosa nos cursos, empenhando-se, ao mesmo tempo, na sua perseverança e integração apostólica na sociedade e na Igreja” – lê-se no comunicado final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Os Bispos aproveitam também o presente jubileu para manifestar “o seu apreço e gratidão por este Movimento de Leigos Cristãos, para apontar novos caminhos e estimular a fidelidade e a generosidade dos seus responsáveis”.

“Poderá dizer-se, com verdade, que, nas últimas décadas, ao lado da programação nacional da catequese paroquial e depois da Acção Católica, o Movimento dos Cursos de Cristandade foi actividade apostólica de grande êxito na Igreja no nosso país” – sublinha a Nota Pastoral dos bispos divulgada hoje (11 de Novembro) no encerramento da Assembleia Plenária dos Bispos.

Através dos Cursos de Cristandade “milhares de homens e mulheres” regressaram mais “conscientes à prática religiosa e muitos leigos descobriram e abraçaram a sua vocação de cristãos no mundo” – realça o documento dos prelados.

Os Cursilhos de Cristandade nasceram em Espanha, na Ilha de Palma de Maiorca, em 1944, por iniciativa de Eduardo Bonnín Aguiló. Na altura com 27 anos, o jovem deparava-se na com uma sociedade desenraizada de Cristo e procurou criar, especialmente junto dos mais jovens, um espírito mais apostólico e de maior testemunho da fé. Depois de um período de expansão em Espanha, o movimento começou a espalhar-se pelo mundo inteiro a partir de 1953.

Uma metodologia “claramente eclesial”, apoiada no testemunho de leigos cristãos, na vida em grupo, num “projecto espiritual, sério e fundamentado dos responsáveis, na colaboração específica do padre, no apoio das comunidades cristãs e na dos consagrados, no valor da oração e de actos de penitência voluntária, em comunhão com o sacrifício redentor universal de Jesus Cristo” – esclarece a Nota Pastoral.

50 anos depois da sua chegada a Portugal, o mundo mudou e a Igreja enfrenta novos problemas. “O laicismo, a indiferença religiosa, o ateísmo militante, a proliferação das seitas, a multiplicação de agentes e meios de influência que activam uma nova cultura contrária ao Evangelho, o clima propício, num mundo plural, às mais diversas opções religiosas, políticas e morais, tudo isto denuncia uma situação que se foi tornando premente e que atinge a todos: cristãos e comunidades, mormente quando se vive uma fé rotineira, pouco esclarecida e apostolicamente anémica” – lê-se

O Movimento dos Cursos de Cristandade deve “qualificar os seus dirigentes, o trabalho das Escolas de Responsáveis, a sua estrutura mais importante e decisiva”. “Sem diminuir em nada a fidelidade ao essencial do método dos Cursos de Cristandade, há que aprender a traduzi-lo numa linguagem mais acessível e testemunhal” – pedem os bispos.

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