Curso de formação sobre a Actualidade da Mensagem de Fátima A essência da mensagem está na consagração ao Imaculado Coração de Maria Na análise do Reitor do Santuário de Fátima, emendar-se, pedir perdão e rezar o Rosário são a essência da mensagem de Fátima e o segredo de salvação para o século XXI. A consagração ao Coração Imaculado de Maria, que é símbolo de um compromisso de fidelidade e de apostolado, está intimamente ligada à mensagem de Fátima, que apela à conversão permanente, à oração e à prática da reparação. Terminou na noite de 4 de Janeiro, em Fátima, o curso de formação sobre a Actualidade da Mensagem de Fátima, leccionado por Mons. Luciano Guerra, Reitor do Santuário. Participaram, nas 24 horas de formação, iniciadas a 19 de Outubro de 2006, 315 pessoas: 30 funcionários e 28 voluntários do Santuário, 2 servitas e 255 outros participantes. Após abordar, nas 11 aulas anteriores, os aspectos históricos, sociais e económicos da época das aparições em Fátima, e também as características dos Videntes e dos seus familiares, o Reitor reservou a última aula para uma reflexão sobre vários campos da contemporaneidade e sobre o sentido que a mensagem deste local poderá significar para a humanidade actual, dos séculos XX e XXI. A reflexão começou por abarcar a actualidade de Portugal. “Chega a afligir-me a necessidade de disciplina exigida aos portugueses”, disse acrescentando que este esforço teve como consequência casamentos fragilizados, relações familiares instáveis, complicadas e conflituosas, coabitação precária e divórcios, entre outros problemas da sociedade actual. “Como a Santíssima Trindade, não podemos viver sozinhos. Os problemas da família trazem muitas pessoas a Fátima. Muitas lágrimas se choram aqui e não é por a imagem de Nossa Senhora ser bonita. É porque as pessoas se lembram de outras que estão ausentes”, afirmou. A humanidade enfrenta actualmente, disse o sacerdote, o tecnicismo, a globalização, a migração não controlada, o aquecimento global, os choques aos mais vários níveis, incluindo o choque de civilizações. “Dá a impressão de que tudo está a chocar com tudo, uma espécie de tsunami”, reflectiu o Reitor do Santuário, para quem, neste contexto, não é de estranhar que as pessoas levantem interrogações e tenham muitas dúvidas acerca do seu próprio futuro e o da humanidade. Numa série de interrogações, resumiu apreensões e angústias do futuro: “Quanto tempo durará a humanidade?”, “O ser humano resignar-se-á, perderá a esperança”, “O que aconteceria numa situação de guerra massiva?”, “Não se poderão repetir outros casos como o de Hitler, o comunismo, o marxismo, o leninismo, o maoismo, o polpotismo ou outros?”, “Será que Deus é a única solução para os problemas humanos?”, “O que faz as pessoas virem a Fátima?”, “Será que a Rússia se vai mesmo converter? Se sim, será que vai ter um papel importante no mundo, a nível religioso?”. Mons. Luciano Guerra acredita que “a Igreja Católica é a instituição religiosa mais preparada para os problemas da realidade hodierna. Não querendo (com esta afirmação) diminuir de modo nenhum a acção positiva das outras religiões”. Lendo a actualidade à luz da Mensagem de Fátima, o Reitor considera que esta esperança depositada na Igreja Católica pode também encontrar-se na Terceira parte do Segredo de Fátima. “O sangue dos mártires é a semente de novos cristãos. (…) A Igreja Católica tem milhões de mártires no século XX, esses milhões de mártires darão milhões de sementes”, afirmou. “Nossa Senhora acaba por ser colocada em Fátima como exemplo e como protectora do século XXI”, disse o Reitor, interrogando-se se esta presença feminina terá também que ver com a crescente importância das mulheres na sociedade. Estamos a precisar que haja um bocadinho de bondade, simpatia, finura, de caridade e de solidariedade, muito próprias da mulher”, disse. A concluir a Mons. Luciano Guerra, reitor do Santuário há 33 anos, transmitiu a sua esperança: “Vamos esperar que, na Igreja Católica, Fátima seja uma força decisiva no mundo actual, pelos caminhos apontados na conclusão das aparições: arrepender-se, emendar-se, rezar o terço todos os dias”.