Cursilhos: 50 anos à descoberta de Cristo

Cursos de Cristandade de Portugal reúnem-se em Fátima para celebrar aniversário

Os 50 anos do Movimento dos Cursilhos de Cristandade em Portugal (MCC), um dos movimentos de leigos mais populares no nosso país, vão ser celebrados em Fátima, numa festa nacional, entre os dias 3 e 4 de Dezembro.

Em ambiente de oração e convívio, a ideia é que todos possam agradecer a Deus este meio século de encontro com Cristo, levado e partilhado ao longo dos anos com milhares de homens e mulheres, através da transmissão da Palavra de Deus e do testemunho de vida.

Para Jaime Custódio, são sobretudo “50 anos marcados por muitas histórias de mudança”, de pessoas que através da participação nos Cursilhos de Cristandade se aproximaram da Igreja e se encontraram verdadeiramente com Cristo.

 Em entrevista ao Programa ECCLESIA, o actual presidente do Secretariado Nacional do MCC recorda o fundador, Eduardo Bonnin, e a esperança que o moveu em construir um espaço mundial de «descoberta da vivência de Cristo».

O projecto dos Cursilhos de Cristandade, apesar de ter começado por aqueles que andavam mais afastados da Igreja, deve ser estendido a todos os crentes. «Muitos cristãos podem ser mais rotineiros e não conhecerem verdadeiramente Cristo», sublinha aquele responsável.

Uma ideia completada por Mário Bastos, que considera haver «um défice de Cristo no Mundo». O Movimento tem procurado «combater» esta pecha, baseando toda a sua acção num simples convite – a participação num cursilho de três dias e meio, onde «o essencial é apresentar Cristo vivo, através do testemunho de homens e mulheres que partilham esta maravilhosa aventura no dia à dia» afirma o membro do MCC.

Durante esse tempo, os momentos de oração pessoal junto do sacrário são essenciais para que todos os participantes compreendam verdadeiramente o que é viver Cristo, primeiro dentro de si próprios, e depois na realidade em que cada um está inserido.

Mário Bastos identifica três pontos-chave: o encontro de cada um consigo próprio, «talvez o mais difícil»; depois, o encontro com Cristo e finalmente o encontro com os outros, com todos os irmãos.

«São dias com projecção para a vida», realça, sublinhado a importância do «quarto dia» que os cursilhistas são chamados a viver, já que marca o início de uma etapa renovada, em termos de fé, que se deve estender ao resto da vida.

A (re)aproximação à fé não é uma tarefa fácil, e a segunda ajuda (depois de Deus), deve vir «da força do testemunho, da vivência dos cristãos, que é uma pecha dos dias de hoje», sustenta Teresa Carmo, que também integra o MCC.

«O essencial dos cursilhos é chegar a um ponto mais próximo de Deus», conclui Mário Bastos, recordando uma frase de Eduardo Bonnin: «quem se encontra com o verdadeiro amor de Deus encaixa o seu passado, agradece o seu presente e projecta o seu futuro».

Em Fátima, as celebrações dos 50 anos do Movimento dos Cursilhos de Cristandade em Portugal começam esta Sexta-feira, pelas 21 e 30, na Capelinha das Aparições, com a oração do Rosário. Depois, prosseguem com a Eucaristia na Capela da Morte de Jesus e com uma Via-Sacra até aos Valinhos.

No Sábado, fica o convite também a todos quantos queiram participar numa sessão de testemunhos de cursilhistas, no Centro Pastoral Paulo VI, Salão do Bom Pastor, a partir das 14 e 30.

Uma iniciativa seguida de Eucaristia, na Igreja da Santíssima Trindade, e que irá contemplar ainda o Encerramento do Cursilho de Senhoras e de Homens, que teve início no dia 1 de Dezembro, em Fátima.

Na sua última assembleia, a Conferência Episcopal assinalou a efeméride, afirmando, em Nota Pastoral, que “a celebração dos 50 anos dos Cursos de Cristandade, em Portugal, constitui uma ocasião propícia para agradecer a Deus todo o bem espiritual que o Movimento proporcionou e continua a proporcionar a milhares de homens e mulheres, e a renovação operada, por sua acção e influência, nas dioceses e nas paróquias”.

Os cursilhos nasceram em Espanha, na Ilha de Palma de Maiorca, em 1944, por iniciativa de Eduardo Bonnín Aguiló. Na altura com 27 anos, o jovem procurou criar um espírito de maior testemunho da fé, primeiro em favor dos jovens, depois dos homens adultos e, posteriormente, das mulheres.

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