Cultura: Papa pede a artistas para resistirem à «chantagem da guerra»

Francisco apontou simplicidade, espanto e o valor educacional da arte como «semente de fraternidade e amizade social»

Cidade do Vaticano, 14 out 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje a um grupo de artistas para “não cederem” ao barulho da guerra, e continuarem com a “sonhar com a paz” através do seu trabalho, semeando “fraternidade e de amizade social”.

“Nos últimos meses, o barulho da guerra tem vindo a crescer na Europa e no mundo. Não cedamos a esta chantagem, por favor! Não vamos cair nesta armadilha! Continuemos a sonhar com a paz e a trabalhar pela paz, semeando sementes de fraternidade e de amizade social”, afirmou Francisco esta manhã, falando aos artistas que participam no projeto ‘Christmas Contest’ (Concurso de Natal), promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis.

O ‘Christmas Contest’ é um projeto inspirado no evento de Natal para músicos e cantores, que quer promover os valores da vida, do amor e da paz.

O Papa indicou a música como uma “língua universal” capaz de ultrapassar “fronteiras e barreiras”, e reconheceu o seu valor “educativo inestimável”.

“A música humaniza e educar essencialmente significa humanizar. Quanto precisamos de nos tornar mais humanos hoje! É por isso que, afinal de contas, Deus se tornou homem, para partilhar connosco este caminho”, explicou.

Aos participantes no encontro Francisco pediu para nas suas obras não esquecerem o valor do espanto, da “surpreensão” e para não seguirem “modas e padrões de sucesso” que apresentam “um falso e piroso Natal”.

“Não repitais os clichés de um falso e piroso Natal que nada tem a ver com o nascimento de Jesus em Belém e o seu significado para a humanidade de hoje. Em vez disso, não tenhais medo de serdes vós próprios. Sereis criticados? Sim, mas sede vós mesmos, originais, criativos. Sede a vossa própria personalidade na arte”, pediu.

“Certificai-vos de que a base da vossa obra é o espanto. Perdemos a sensação de maravilha, e temos de a recuperar. Que o espanto esteja na base, o espanto perante o impensável: um Deus que se fez carne, que se tornou uma criança indefesa, nascida de uma Virgem, numa caverna, e cujo berço era uma manjedoura para animais”, acrescentou.

Francisco falou ainda da importância da “simplicidade”, “diferente da banalidade”, pedindo que “o estilo criativo de maravilha e simplicidade” possa contribuir para a “causa da paz”.

LS

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Agência ECCLESIA

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