O sorriso de Mariana Craveiro encontra-se nos olhos, quando pensa nas oportunidades que teve ao longo da sua vida para crescer em Igreja, procurando responder às muitas perguntas que foi tendo. Crescer deu-lhe calma na procura das respostas, mas não lhe tirou as perguntas e a capacidade de se espantar com o que lhe é dado viver todos os dias. Com formação em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, deixou o seu trabalho num agência de comunicação para ir trabalhar para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, uma oportunidade «única» de ajudar a preparar um encontro que, afirma, está a contribuir para construir a Igreja e a aproximação entre todas as pessoas.
«Quando era nova havia coisas da Bíblia que não percebia e não queria fazer o Crisma, mas a interpretação que temos, vai mudando e vou-me relacionado pessoalmente com as parábolas e muda o nosso entendimento. Quando cheguei à adolescência tinha muitas questões e poucas respostas. O caminho que fiz foi perceber que era importante ter perguntas e não ter todas as respostas. Há coisas para as quais achamos ter respostas, mas elas mudam e mais tarde a resposta até vai ser outra. Mas Deus não muda, vai só mudando a forma como interpreto a resposta que me está a dar».
«Uma parte mais humilde na minha história vem destas origens: no verão apanhava a pera, ou a batata, ou fazia a vindima. Toda esta vivência é uma bagagem que se leva e não deixamos de estar orgulhosos por ter vivido isso. Uma forma de valorizar o trabalho e a nossa entrega e serviço. Os pais deram-nos os pilares da família, do serviço ao outro, do trabalho. A nossa vida concretiza-se quando a damos aos outros – esta é das maiores heranças que tenho dos meus pais».
«(Na JMJ em Cracóvia, em 2016) Não conhecia jovens que estivessem na fé como eu e de repente estou com milhares de jovens que estavam a viver o mesmo que eu. Fiquei numa escola, num pavilhão, tomava os meus banhos de água fria, comia os meus picles ao pequeno-almoço mas para mim tudo era bom. E eu estava ali com o Papa. Naquele sítio estávamos todos para o mesmo».
«Não fui (à JMJ) com tudo entendido – tinha 18 anos, fui à aventura – mas vim de lá com uma noção maior sobre o que era a Igreja. Fui à aventura e com a ideia de estar com o Papa e com muitos jovens e vim de lá com uma noção maior do que era a Igreja. Estava muito certa e cheia do que era a Igreja e já não era uma realidade só minha. Tantas pessoas que acreditam no mesmo e que cantam o mesmo, como é possível eu duvidar?»