Francisco tem repetido elogios à determinação dos católicos na ilha
Holguín, Cuba, 21 set 2015 (Ecclesia) – O Governo de Cuba autorizou a construção de três novas igrejas católicas, 56 anos depois da última decisão do género pelo regime de Havana.
Um dos porta-vozes da viagem pontifícia explicou hoje em conferência de imprensa que um dos templos vai ser dedicado a São João Paulo II, primeiro Papa a visitar Cuba (1998), em Havana.
O Papa elogiou esta manhã em Cuba o “esforço e sacrifício” da Igreja Católica neste país, durante a Missa a que presidiu na cidade oriental de Holguín, que acolheu pela primeira vez uma visita pontifícia.
“Sei com que esforço e sacrifício trabalha a Igreja em Cuba para levar a todos, mesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo”, disse na homilia que proferiu diante de 150 mil pessoas, incluindo o presidente cubano Raúl Castro, na Praça da Revolução ‘Calixto García Iñiguez’, a primeira vez que este espaço é usado para celebrações religiosas.
Segundo dados do Vaticano, Cuba tem 6,77 milhões de católicos (60,5% da população), espalhados por 11 dioceses e 283 paróquias, com 196 padres diocesanos e 169 sacerdotes de institutos religiosos.
Em Cuba há 18 562 católicos por cada sacerdote; nos EUA, outro destino da 10ª viagem apostólica do Papa Francisco, esse número é de 1753.
Para superar a escassez de clero e de igrejas, os católicos de Cuba têm cerca de 2600 “casas de missão”, sobretudo em zonas rurais, onde se reúnem para momentos de oração e catequeses.
"Esta é uma resposta criativa e positiva a uma situação em que não há novas igrejas", assinalou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
Já no domingo, o Papa tinha recordado em Havana as “feridas” do povo cubano e elogiou a sua capacidade de superação.
“O santo povo fiel de Deus, que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza”, declarou, na homilia da Missa que reuniu 200 mil pessoas na Praça da Revolução.
OC