Passados quase 20 anos sobre o encerramento da celebração do Ano Santo da Redenção, em 1984, a Cruz então confiada pelo Papa João Paulo II à juventude de todo o mundo prepara-se agora para passar por Portugal e virá à diocese algarvia. Depois de ter corrido os quatro cantos do globo, aquele que é um emblema das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e um dos mais significativos símbolos mundiais da fé, da solidariedade e da reconciliação dos jovens cristãos de todo o mundo com Cristo, estará disponível para que, durante um dia, os jovens algarvios (e demais cristãos) possam, na sua presença, viver uma significativa jornada de oração. Aproveitando a sua passagem, de 8 a 22 de Outubro, por Portugal, a diocese algarvia manifestou vontade em receber a Cruz a 17 de Outubro, dia em que, simultaneamente, irá ser assinalado, a nível diocesano, o encerramento do Ano do Rosário. Após o encerramento da Porta Santa em 1984, o Santo Padre João Paulo II confiou à juventude do mundo, representada pelos jovens do Centro de Juventude de São Lourenço, em Roma, a Cruz que esteve, ao longo do Ano Santo da Redenção, presente no altar da Basílica de São Pedro. As suas palavras nessa ocasião, em Roma, são um legado que, gerações após gerações, continuam a ecoar no coração dos jovens. “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio-vos o sinal deste Ano Jubilar. A Cruz de Cristo! Levai-a pelo Mundo como o símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciai a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo poderemos encontrar a salvação e a redenção” – proclamou o Sumo Pontífice. A partir daquele dia de Abril a Cruz nunca mais parou, e de peregrinação em peregrinação, de mão em mão, como verdadeiro testemunho, tem marcado anualmente presença nas JMJ, o encontro que João Paulo II instituiu para “fazer festa” com os jovens do mundo inteiro. Em 1986, a Cruz esteve na I JMJ, em Roma. Em 1987, seguiu-se a II JMJ, em Buenos Aires (Argentina). No ano seguinte, voltou a Roma para a III JMJ. Em Agosto de 1989 esteve na IV JMJ, em Santiago de Compostela (Espanha). Em 1990, de regresso a Roma, participou na V JMJ. No ano seguinte, rumou para a Czestechowa, na Polónia, e participou na VI JMJ. Em 1992, para a VII JMJ, regressou a Roma. Em Agosto de 1993, em Denver (EUA), esteve na VIII JMJ, para no ano seguinte voltar a Roma, para a IX JMJ. Em Janeiro de 1995, em Manila, nas Filipinas, participou na X JMJ. Em 1996, voltou a Roma, para a XI JMJ e em Agosto do ano seguinte esteve em Paris, onde participou XII JMJ. Em 1998, voltou a Roma, para a XIII JMJ, e no Ano Jubilar, em Agosto, marcou presença na XV JMJ, também em Roma. Em Julho de 2002 esteve presente na última JMJ, em Toronto, no Canadá. Entre as presenças nos encontros mundiais da juventude, a Cruz tem vindo, ao longo destas duas décadas, a visitar igrejas paroquiais, centros juvenis de acolhimento, prisões, escolas, universidades, locais históricos, centros comerciais, ruas, clubes, parques, entre outros espaços. De todos esses momentos existem alguns que constituem marcos na peregrinação mundial. Exemplo disso são as presenças no Sínodo dos Bispos em Roma, realizado em 1987 ou, em 1989, no Congresso Eucarístico Internacional em Seul, na Coreia. Em 2000, esteve na abertura da XV JMJ e foi levada na Via Sacra do Fórum Romano até ao Coliseu. Em 2002 marcou presença no Ground Zero, em Nova Iorque, como sinal de esperança para os americanos na vigília de oração pelas vítimas da tragédia de 11 de Setembro. Ao longo destes anos, vários são os testemunhos daqueles que têm tido contacto com a Cruz. Muitos são os que se interrogam em como duas peças de madeira (3,80m x 1,75m) podem provocar efeitos tão grandes nas suas vidas. Vêem na Cruz, a presença e o amor de Deus. Através dela, muitos jovens têm entendido melhor o significado da Ressurreição e tantos outros encontram nela a coragem para tomar decisões importantes nas suas vidas. Agora, como preparação para a XX JMJ em 2005, na Alemanha (Colónia), a Santa Sé entendeu colocar a Cruz, acompanhada desde o Domingo de Ramos deste ano pelo ícone mariano “Salus Populi Romani”, a peregrinar pelos países europeus, entre os quais, Portugal. Conforme escreve o Arcebispo de Colónia, Joachim Cardinal Meisner, “a peregrinação da Cruz da Jornada Mundial da Juventude pela Europa convida todos os jovens a conhecer Jesus, a conhecê-l’O melhor e mais profundamente, como o melhor amigo, que nunca nos decepciona e que nunca nos deixa cair. Por outro lado, a Cruz da JMJ é um símbolo visível do convite do Santo Padre para participar na JMJ de 2005, em Colónia”. A vinda da Cruz ao Algarve no dia 17 de Outubro será, segundo a Equipa Diocesana do Sector da Pastoral Juvenil, motivo para se realizar “uma jornada de oração, encontro e convívio, integrando à noite a celebração de encerramento do Ano do Rosário”. O Sector Diocesano da Pastoral Juvenil, que irá, no dia anterior, receber o testemunho da diocese de Coimbra, pretende que esta iniciativa marque, na diocese algarvia, “o arranque das actividades para os jovens” para o próximo ano pastoral e seja uma jornada participada por todos: “grupos paroquiais (com particular enfoque para os que receberam há pouco tempo ou vão receber em breve o Sacramento do Crisma), jovens participantes das últimas JMJ, movimentos juvenis e não só, comunidades religiosas, alunos de Educação Moral e Religiosa Católica e também adultos”. Ao final do dia estará ainda prevista uma celebração de envio com a presença de uma delegação de Lisboa, a diocese que sucederá o Algarve. Não havendo possibilidade de proporcionar a sua passagem por todas as dioceses portuguesas, a Cruz, estará no dia 12 de Outubro, em Fátima, para a uma Peregrinação Nacional dos Jovens portugueses, especialmente os que não irão ter oportunidade de ver aquele “símbolo” na sua diocese.