Croácia: Bento XVI lembra beato que resistiu ao regime comunista

Papa presidiu a momento de oração com religiosos e religiosas na catedral de Zagreb, centrado na figura do bispo Alojzije Stepinac

Zagreb, 05 jun 2011 (Ecclesia) – Bento XVI presidiu hoje à um momento de oração com religiosos e religiosas na catedral de Zagreb, Croácia, tendo lembrado o testemunho do beato Alojzije Stepinac (1898-1960), morto durante o regime comunista.

“O seu [Alojzije Stepinac] martírio marca o apogeu das violências perpetradas contra a Igreja durante a terrível época da perseguição comunista. Os católicos croatas, de modo particular o clero, foram objecto de vexações e abusos sistemáticos, que visavam destruir a Igreja Católica a começar da sua Autoridade local mais alta”, disse, na homilia da celebração.

Num dos momentos finais da visita de dois dias à Croácia, o Papa destacou a “firme consciência cristã” do bispo Stepinac, que “soube resistir a todo o totalitarismo, tornando-se defensor dos judeus, dos ortodoxos e de todos os perseguidos no tempo da ditadura nazi e fascista e depois, no período do comunismo, «advogado» dos seus fiéis, especialmente dos numerosos sacerdotes perseguidos e assassinados”.

“Os méritos deste inesquecível pastor brotam essencialmente da sua fé: na sua vida, manteve sempre o olhar fixo em Jesus, configurando-se de tal modo com Ele que se tornou uma imagem viva de Cristo, mesmo dos seus sofrimentos”, prosseguiu.

Aos presentes na cerimónia, Bento XVI agradeceu o “testemunho” prestado pelos católicos croatas, recordando os “mártires” desta terra, “desde São Domnio até ao beato cardeal Stepinac, o amado cardeal Kuharić e muitos outros”.

“O martírio cristão é a medida mais alta de santidade, mas é-o sempre e só graças a Cristo, por seu dom como resposta à sua oferta que recebemos na Eucaristia. O beato Alojzije Stepinac correspondeu-lhe com o seu sacerdócio, com o episcopado, com o sacrifício da vida: um único «sim» unido ao de Cristo”, apontou.

“O povo viu que os sacerdotes nunca perderam a fé, a esperança, a caridade, e deste modo permaneceram sempre unidos. Esta unidade explica o que é humanamente inexplicável, ou seja, que um regime tão duro não tenha podido dobrar a Igreja”, prosseguiu.

Citando o beato Stepinac, Bento XVI afirmou que “a doutrina moral da Igreja, hoje frequentemente incompreendida, não se pode desvincular do Evangelho”.

Em conclusão, o Papa pediu que a Igreja na Croácia permaneça “sempre fiel a Cristo e à mensagem do Evangelho, numa sociedade que procura relativizar e secularizar todos os âmbitos da vida”.

Após a celebração, Bento XVI visitou o túmulo do bispo e mártir Alojzije Stepinac, na catedral da Assunção da Virgem Maria e de Santo Estêvão de Zagreb, para um momento de oração em privado.

OC

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