Cristo Rei: Santuário quer afirmar-se como «centro de espiritualidade do sul do país»

Reitor comenta aposta em infraestruturas, dimensão simbólica e evangelizadora e na pastoral do acolhimento

Lisboa, 08 mar 2016 (Ecclesia) – O reitor do Santuário Nacional do Cristo Rei, em Almada, Diocese de Setúbal, revela a atenção de promover projetos que façam da instituição um “espaço marcante, o maior religioso do sul” de Portugal.

“Para que se possa tornar cada vez mais santuário, esse espaço de acolhimento, são necessárias infraestruturas, sem as quais não se pode fazer pastoral. Houve um grande aumento na procura de turistas, procura religiosa e deparamo-nos com um problema que era o local alto, com muito vento, chuva e sol. Não se afirmava como espaço religioso”, contextualizou o padre Sezinando Alberto, esta segunda-feira, à Agência ECCLESIA.

Na entrevista, após da inauguração do Pavilhão do Rosário, no dia anterior, o sacerdote explica que este é um “espaço provisório mas de qualidade”, que é também para a cultura e a formação, porque a “aposta” é na construção de uma “igreja grande”.

Este novo equipamento, assinala, é uma “mais-valia não só para o santuário mas para a Igreja e cidade de Almada”, uma vez que permite receber 750 pessoas “sentadas comodamente”.

Neste contexto, o reitor quer que o Santuário Nacional do Cristo Rei afirme-se como o centro de espiritualidade do sul de Portugal: “A sul do Tejo até ao Algarve, que seja um espaço marcante e o maior espaço religioso do sul.”

Segundo o padre Sezinando Alberto, hoje há uma linguagem, uma mensagem simbólica que o santuário transmite através dos objetos, da escultura, da pintura, diferente de quando ali chegou e “a paisagem era árida”, tendo começado com a plantação de oliveiras, “uma árvore religiosa”, hoje têm cerca de 400.

“Acredito que a mensagem cristã, no mundo em que vivemos, com muita ignorância religiosa, temos de voltar às imagens. Atualmente, felizmente, quase que todas as pessoas sabem ler e escrever mas nem todas conhecem os símbolos da fé”, acrescenta.

Por isso, apostou na linguagem simbólica que quem é cristão, católico, entende e “quem não é interroga-se, procura e pergunta”.

“O grande slogan, desafio é ‘entrar como turista sair como peregrino’”, sublinha o reitor.

Ainda no campo do simbolismo, o sacerdote revela que querem “criar” uma pedagogia no pedestal do Cristo Rei, que “é muito bonito visto de longe” mas perto “imenso betão”.

“Temos de criar uma certa beleza para que quem chega contemple alguma coisa”, considera o padre Sezinando Almeida, que nos quatro pórticos vai apresentar os “pilares da fé da Igreja Católica”: “Os sacramentos e a oração”, dois pórticos inaugurados até 17 de maio, e “os mandamentos e o credo”, posteriormente.

Até novembro, o monumento nacional vai inaugurar também uma “porta nova” com a figura do Cristo bom pastor que “convida as ovelhas a entrar no redil, dentro do monumento”.

“A porta tem alusão à sarça-ardente, de Moisés, e as sandálias para indicar que a terra que se pisa é sagrada”, acrescenta.

O reitor do Santuário do Cristo Rei recorda que são procurados pelo turismo religioso, “por mera curiosidade”, e por grupos organizados “para celebrar a fé e fazer reflexões”.

“Beneficiamos da localização geográfica mas estou convencido que se não melhorássemos o espaço não era atrativo”, acrescenta o padre Sezinando Almeida, sublinhando a importância da dimensão espiritual.

Neste âmbito, para além da Comunidade Shalom, o reitor espera “mais uma congregação religiosa”, para ajudar na espiritualidade, “reforçar a presença de acolhimento nos espaços comerciais”, e adianta que junto ao Cristo Rei “pode nascer um convento de vida contemplativa”.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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