“Cristãos e muçulmanos, vamos unir nossos esforços para que amanhã nunca faltem homens e mulheres que, através da sua coragem, perseverança e mansidão, sejam capazes de purificar as suas mentes e seus corações para que a sabedoria humana se encontre com a sabedoria de Deus”.
Com esta exortação, o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, concluiu o seu discurso na sexta reunião do Comité Científico da Fundação Internacional Oásis, realizada em Beirute, capital do Líbano.
Representantes católicos e muçulmanos reuniram-se para debater o tema “A educação entre fé e cultura. Cristãos e muçulmanos em diálogo”.
O Cardeal Tauran observou que, diante das duas crises fundamentais do nosso tempo, “a crise de inteligência” e a “de transmissão de valores”, há um “regresso do religioso”.
Para o membro da Cúria omana, as religiões oferecem uma contribuição específica para a educação. Elas dão o “gosto da vida interior”, argumentando que “o homem não vive somente de pão”.
Além disso, as religiões favorecem a “pedagogia do encontro” e ajudam a viver a diferença no respeito.
Diante do desafio da educação, acrescentou, não deveria ser impossível que líderes cristãos e muçulmanos sensibilizassem legisladores e professores para a oportunidade de propor regras de comportamento.
Regras como o respeito “por quem busca a verdade do enigma da pessoa humana; o sentido crítico que permite escolher entre o verdadeiro e o falso; o ensino de uma filosofia humanista que permite respostas humanas às questões sobre o homem, o mundo e Deus”.
A educação no sentido mais amplo do termo, concluiu o Cardeal Tauran, “não pode ignorar a dimensão religiosa da pessoa humana”.
A Fundação Internacional «Oásis» foi criada em 2004 pelo Cardeal Angelo Scola, Patriarca de Veneza, para promover a compreensão mútua entre cristãos e muçulmanos e organiza anualmente um encontro que reúne membros das duas religiões.
