Economista António Borges considera que os temas de responsabilidade social e justiça social são «centrais à política económica»
Castelo Branco, 25 fev 2013 (Ecclesia) – O economista António Borges considera que a Doutrina Social da Igreja é “muito inspiradora” para o momento de crise que se vive em Portugal.
Após a conferência que fez, este sábado, em Castelo Branco, sobre o tema ‘Gestor e Católico, um duplo desafio de responsabilidade social’, o economista e professor da Universidade Católica Portuguesa disse à Agência ECCLESIA que existe “uma consciência cada vez maior” que os temas de responsabilidade social e justiça social são “centrais à política económica”.
O antigo diretor do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional defende que ser gestor e católico em simultâneo “é possível e dá outra qualidade à gestão”.
A assembleia diocesana da Pastoral Social, subordinada ao tema ‘Caridade – a dimensão operativa da fé’, teve também como orador D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro, que alerta para a formação, “sem esta não existe renovação”.
A sociedade atual – nas palavras do prelado natural da região de Castelo Branco – está “cada vez mais complexa”, visto que se “multiplicaram as formas de pobreza e as pessoas menos facilidade de ajudar”.
Segundo D. António Marcelino, o fosso entre pobres e ricos “aumentou muito”, o que é uma “clivagem terrível”.
Quem está no terreno – como as comunidades cristãs – “deve estar mais atento às necessidades existentes” e “tente movimentar a comunidade para que partilhe”, realçou à Agência ECCLESIA o bispo emérito.
A Igreja “não pode deixar de estar atenta” aos problemas que as pessoas sofrem e aconselha os gestores a terem o compêndio da Doutrina Social da Igreja como livro essencial na sua conduta empresarial.
O presidente da Cáritas da diocese de Portalegre-Castelo Branco, Elicídio Bilé, considera importante que a Igreja dê “dimensão operativa à fé” e acrescenta: “A fé exprime-se pelo testemunho e pela ação”.
“É preciso, urgentemente, devolver a esperança às pessoas”, salientou Elicídio Bilé e conclui: “Não se pode ficar apenas pela assistência material”.
LFS