Crise: «Se não fossem as Caritas não sei o que seria de nós»

Lançamento da campanha «10 milhões de estrelas – um gesto pela paz» contou com testemunhos de pessoas que recorrem à instituição católica

Lisboa, 21 nov 2011 (Ecclesia) – A Caritas está a ser essencial para o equilíbrio financeiro de várias famílias portuguesas, a julgar pelos testemunhos ouvidos hoje em Lisboa, no lançamento da campanha ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’.

“Se não fossem as Caritas não sei o que seria de nós”, afirmou Maria Luísa Cartaxo à Agência ECCLESIA, depois de ter relatado em público o auxílio que recebe de uma das mais importantes organizações sociais da Igreja Católica.

A reformada de 69 anos, residente em Évora, explicou que recorre à Caritas para ter acesso a alimentos e a óculos, bens que os seus rendimentos não cobrem: “O companheiro que está comigo ganha 300 euros e eu ganho mais um bocadinho porque era viúva”.

“Graças a Deus não tenho razão de queixa”, assinalou Maria Luísa, que não dá razão aos beneficiados que se queixam que a Caritas dá pouco a quem pede auxílio: “Temos de repartir” porque “não podem ajudar a tudo”, disse.

Maria de Lurdes Mendes, de 59 anos, tem direito a “uma reforma pequenina, de 225 euros”: “Quando preciso, vou às Caritas de Évora”, que a ajudam a pagar as contas “da água, luz, gás, renda, alimentação e roupa”, além de medicamentos.

É apoiada desde que ficou viúva, há 15 anos, e diz que entre os cinco filhos há aqueles que também vão bater à porta da instituição: “Eles ajudam sempre o que podem”.

A campanha de Natal ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’, organizada pela Caritas Portuguesa, distribui 65% do montante recolhido a projetos destinados a apoiar famílias portuguesas em situação de carência.

O Conselho Geral da instituição revelou no domingo, em comunicado, que nos primeiros dez meses de 2011 as Caritas diocesanas atenderam cerca de 28 mil famílias.

A nona edição da campanha ‘10 milhões de estrelas’ pretende “motivar os cidadãos para os valores da Paz, da Justiça e da Solidariedade”, num ano em que os pedidos de ajuda aumentaram consideravelmente.

A iniciativa tem também em conta o povo da Somália, vítima de uma crise alimentar agravada pelo conflito armado e pela pior seca dos últimos 60 anos no Corno de África, pelo que 35% das verbas recolhidas vão ser canalizadas para esta região.

A venda de velas, a um euro cada, decorre até 24 de dezembro em escolas, dioceses e estabelecimentos comerciais que se associaram à iniciativa.

A campanha chega este ano às novas tecnologias sob o mote ‘Ilumine a vida de quem mais precisa’, com aplicações para telemóveis e computadores portáteis da Apple que permitem a compra de uma vela digital por 1,60 euros.

JCP/OC/RM

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