Crise: Presidente da União das Misericórdias em defesa do Estado Social

Organizações do setor e partidos políticos reúnem-se no Porto para primeiro Encontro Nacional das Instituições de Solidariedade

Lisboa, 06 mar 2015 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, defendeu que estas instituições católicas estão empenhadas na defesa e “manutenção” do Estado Social, apesar da crise.

“O que nos habituamos a chamar de Estado social vive em crise, muitos até falam no seu fim. Muitos mas não nós: as Misericórdias têm nos últimos anos apoiado o Estado na construção e manutenção deste Estado social, mas não estão sozinhas nesse desiderato”, escreve o responsável, em texto publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

A UMP uniu-se à Santa Casa da Misericórdia do Porto, União das Mutualidades Portuguesas e à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social para promover entre hoje e amanhã o I Encontro Nacional das Instituições de Solidariedade, intitulado ‘Na Defesa do Estado Social – Um Por Todos, Todos Por Um’.

O encontro decorre a partir das 16h00 no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, com a participação do presidente do Tribunal de Contas, Guilherme D’Oliveira Martins, dos responsáveis dos partidos políticos com representação parlamentar e ainda economistas e empreendedores.

Segundo Manuel de Lemos, a iniciativa pretende “debater o papel das Instituições de Solidariedade no desenvolvimento económico e social do país”, através dos serviços que prestam, “apostando cada vez mais na inovação, empreendedorismo, acordos de parceria e rigor na gestão”.

“Pela primeira vez, o setor solidário vai estar reunido em plenário comum. Vamos debater o presente, mas não de forma conjuntural. Queremos lançar pistas para o futuro e reforçar ainda mais o nosso compromisso com a sociedade portuguesa”, precisa.

As instituições, acrescenta o presidente da UMP, querem continuar a apoiar o Estado a garantir “saúde, educação e apoio social” a quem vive “situações várias de fragilidade”.

Manuel de Lemos lamenta, por outro lado, o tom “jocoso” com quem alguns se referem ao trabalho das organizações católicas de solidariedade e assistência humanitária.

“Para nós, a caridade que decorre dos nossos valores cristãos e da nossa fé é um valor absoluto do qual não prescindimos. Pelo contrário afirmamo-lo com alegria e determinação”, sublinha.

Segundo o presidente da UMP, o setor solidário é responsável por um “pequeno milagre do dia-a-dia” que permite assegurar ajuda e que “o Estado social se mantenha, ainda mais forte para bem-estar de todos os portugueses”.

Durante o encontro, que será encerrado pelo ministro do Emprego, Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, será assinado um ‘Pacto de Confiança’, no qual ficarão plasmadas as atribuições dos vários atores solidários na defesa de um “Estado Social, capaz de garantir estabilidade e esperança na construção de uma sociedade mais justa e capaz de responder aos novos desafios que o país enfrenta”.

O documento será posteriormente entregue ao presidente da República, Aníbal Cavaco Silva e à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, pelas entidades organizadoras.

OC

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