Crise precisa de irmandades mais solidárias

O Arcebispo Primaz dirigiu ontem, em Barcelos, um veemente apelo a algumas confrarias e irmandades no sentido de estarem mais atentas às necessidades sócio-económicas dos minhotos. D. Jorge Ortiga, que presidiu à celebração eucarística evocativa do Milagre das Cruzes, lembrou que a presença e acção destas estruturas eclesiais não se esgota nem na manutenção e beneficiação material dos templos, nem no culto litúrgico, mas em actos concretos de caridade e solidariedade. O prelado bracarense começou por dizer aos fiéis presentes no Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz que, «por vezes, algumas confrarias e irmandades se ficam pelo culto e deveriam olhar mais para o mundo, para serem mais solidárias ». Na homilia, afirmou que «estas [confrarias] deveriam posicionar-se mais ao lado do ser humano, criando condições para que este possa viver dignamente », convidando os responsáveis a lançarem um olhar atento ao Programa “Família Solidária”, proposto pela Arquidiocese de Braga para o ano pastoral em curso. Para o Arcebispo Primaz, urge, por isso, aproveitar as oportunidades oferecidas pela comemoração do Milagre das Cruzes, ocorrido há mais de 500 anos, pelo Programa Pastoral sobre a Família, e pela quadra natalícia, para «se descobrir as “cruzes” do nosso mundo, da nossa cidade, aldeia ou rua». «Para aliviar a carga destas “cruzes” é necessário encontrar soluções estruturais e pessoais. Esperamos que o dia evocativo do Milagre das Cruzes não seja apenas de memória histórica, mas de compromisso solidário com quem mais precisa», concluiu o prelado, que, no final da missa impôs ao presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Fernando Reis, a insígnia de irmão honorário da Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz.

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