D. Jorge Ortiga diz que é preciso abandonar os «remendos e a cosmética» e procurar «outros modelos de sociedade».
Porto, 11 out 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana disse, esta tarde, no Porto, que Portugal “precisa da dedicação e da inspiração de todos” para poder alcançar “melhores caminhos de construção do seu futuro”.
Na conferência de imprensa de apresentação da Semana Social 2012, que este ano se realiza na cidade portuense, de 22 a 25 de novembro, D. Jorge Ortiga sublinhou também que a Igreja Católica “nunca se alheou da sorte dos portugueses”, nem se ausenta “nas respostas aos desafios”.
Esta iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) – que se realiza de três em três anos – tem como tema «Estado Social e Sociedade Solidária» e “não poderia ser, infelizmente, mais atual”, frisou o arcebispo de Braga.
Na semana social e diante dos acontecimentos recentes, o presidente da referida comissão realça que “os cristãos vão refletir sobre os mais candentes problemas do desemprego, da pobreza e da desigualdade crescente, do envelhecimento da população e dos riscos por que passam as famílias”.
Segundo D. Jorge Ortiga “não é possível encarar seriamente estas realidades – no presente e no futuro – sem considerar a reformulação do Estado Social: quer em termos de aprofundamento de equidade e da justiça, quer em termos de eficiência e eficácia”.
Na conferência de imprensa, realizada no paço episcopal do Porto, o prelado bracarense disse que os novos tempos “apelam para novos hábitos e comportamentos, para verdadeiros novos estilos de vida, apropriados a tempos de escassez de recursos, tempos de escuta e de busca do essencial”.
À luz da Doutrina Social da Igreja, os cristãos convocam este encontro com “o intuito de rever a sua fé e esperança nos dias que correm e com o objetivo de encontrarem orientações” para os “difíceis tempos que se vivem e que se avizinham”, adiantou D. Jorge Ortiga.
“É preciso abandonar os remendos e a cosmética e procurar fundar melhores dias em outros modelos de sociedade sustentados na participação, na justiça, no poder como serviço e na procura do bem comum”, apelou.
Os trabalhos da semana social vão estar centrados “na dignidade do homem” – um dos grandes objetivos do II Concílio do Vaticano – “e nos problemas que afligem todos os portugueses”.
Um dos coordenadores da semana social, Joaquim Azevedo, referiu que os cristãos “não são alheios” aos problemas atuais e que “devem refletir sobre eles”.
A Doutrina Social da Igreja é “o pano de fundo” dos trabalhos que coloca no centro três vetores: “A dignidade da pessoa humana, a subsidiariedade e a solidariedade”, frisou o coordenador.
Estas ações são coordenadas por um grupo presidido por Guilherme d’ Oliveira Martins, e composto, entre outros por: Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.
LFS