Secretário-geral da Associação Portuguesa das Escolas Católicas recorda contributo das escolas particulares no periodo a seguir ao 25 de abril
Lisboa, 20 set 2012 (Ecclesia) – O secretário-geral da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) diz que o ensino privado em Portugal está preparado para cooperar mais com o Estado, numa altura de escassos recursos económicos.
“O Estado tem a obrigação de garantir uma rede de escolas, não tem de assumir esse serviço, que pode ser prestado e muito bem prestado pelas escolas privadas”, realça Jorge Cotovio, em entrevista à ECCLESIA.
Este antigo coordenador do núcleo de Escolas Católicas da Diocese de Coimbra sustenta que “uma escola privada é mais barata que uma escola estatal” e compara a conjuntura atual com a que se verificou durante o período do Estado Novo, sobretudo a partir de 1950.
“Apesar de algumas cumplicidades que dizem que havia entre o cardeal Cerejeira e Oliveira Salazar, o certo é que as escolas privadas nunca receberam qualquer subsídio”, mas mesmo assim “conseguiram invadir todo o território nacional”, recorda.
Segundo aquele responsável educativo, o apoio estatal só chegou a partir de 1970, sob a égide do então ministro da Educação, José Veiga Simão, e foi depois “ainda mais concretizado com a revolução” de 1974.
“Logo a seguir ao 25 de abril, chegaram à conclusão que precisavam imenso das escolas privadas, para conseguirem continuar a fazer a promoção da educação em Portugal”, acrescenta Jorge Cotovio, que retira daquele período histórico uma “importante lição para o presente”:
“Quando dão algum espaço ao ensino privado, ele realmente faz coisas fantásticas”, sustenta.
Jorge Cotovio publicou terça-feira em Lisboa uma obra sobre “O Ensino Privado nas Décadas de 50, 60 e 70 do Século XX”, com especial incidência no “Contributo das Escolas Católicas”.
Para aquele responsável, “a escola católica tem um papel insubstituível na sociedade”, pois para além de transmitir aos mais novos conhecimentos “científicos e académicos” passa-lhes ainda “os seus valores espirituais”.
JCP