Criatividades através da música

Dizem os Actos dos Apóstolos que os discípulos saíam felizes depois de serem presos, interrogados, torturados, depois de Cristo morrer. A sua felicidade, a sua alegria vinha da Fé. Dizer que hoje vivemos num mundo com menos Fé pode soar a pessimismo desmesurado. Na verdade, o mundo de hoje oferece muitas mais solicitações, e enquanto cristãos precisamos, muitas vezes, de ir a outras fontes – para além da Fé – buscar essa alegria. A música é uma dessas fontes. Pela música sentimo-nos mais felizes. No carro, em oração, na Igreja, em caminhadas, de noite ou em festa, a música, e particularmente a música de inspiração cristã, faz-nos sentir melhor. É sentindo-nos melhor que conseguimos louvar melhor. Porque a música, enquanto fim em si, só vem dar razão ao Santo Padre, que alerta para essa e outras actividades como algo que nos pode distrair do essencial. Mas não é isso que queremos com o Festival Jota. O Festival Jota não tem por objectivo divulgar novas bandas, nem servir de acampamento, ou ajuntamento, ou promover o turismo na Serra da Estrela. Com o Festival Jota queremos mostrar que em algo que se tem banalizado – e concretamente os festivais de verão, que se multiplicam – os jovens cristãos têm uma palavra a dizer. Pela música, os jovens querem louvar o Deus em que acreditam. Querem convidá-lO para algo que faz parte da sua juventude, porque Ele é essencial. E querem fazê-lo em comunidade. Porque ser cristão é isso. E a música, se já o faz nas mais diversas circunstâncias, manifesta esse poder de uma forma mais bela ainda. E é por isso que a música actua de uma forma mais criativa ainda. Uma criatividade que não se encerra no encadeamento das notas nem dos tempos, nem dos timbres das vozes que a cantam. A música invade de alegria os corações de todos os que, de uma forma tão espontânea, louvam a Cristo, sem que tal seja evidente. Causando espanto a quem os vê. Levando toda a comunidade a dizer com espanto: “Vê-de como se amam!” Criativa é, de facto, a música. No rock, no Pop, na dança, nos mosteiros, na liturgia, a música cumpre com um mesmo propósito. E isso faz com que, na diferença, todos os cristãos partilhem de algo. De um instrumento – porque se não é um fim, é isso que a música é, um instrumento – com o fim último de louvar. É um acto de partilha que se alarga. Porque é isso que verdadeiramente, nos faz cristãos. É por isso mesmo que convidamos todas as outras Fés no mesmo Cristo e no mesmo Deus a juntarem-se a esta festa. Uma festa ecuménica que, também por aqui, nos fará regressar às origens. Para que quem com isso se admire, nos possa reconhecer no partir do pão, à volta de uma mesma mesa. Igor Costa, Organização do Festival JOTA

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