Criação de cardeais segue ritos simbólicos, dominados pela cor vermelha

Entrega do barrete antecede a do anel cardinalício, que acontece um dia depois. Cardeais devem estar prontos para dar o seu sangue «pelo aumento da fé cristã»

Bento XVI vai criar 24 novos cardeais, este fim-de-semana, no Vaticano, num conjunto de cerimónias carregados de simbolismo.

As celebrações, na Basílica de São Pedro, seguem o rito introduzido por João Paulo II a 28 de Junho de 1991.

Na Missa de Sábado, 20 de Novembro, após a saudação litúrgica, Bento XVI lê a fórmula de criação e proclama solenemente os nomes dos novos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito à Sé de Pedro”, tornando-se membros do clero de Roma.

Em seguida, o cardeal Angelo Amato, primeiro do elenco, pronuncia um discurso de homenagem a Bento XVI, em nome de todos.

Depois da proclamação das leituras e da homilia papal, tem lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores, “a Cristo e o seu Evangelho”.

Cada um deles aproxima-se do Papa e ajoelha-se, então, para receber o barrete cardinalício, que Bento XVI impõe pronunciando a fórmula “vermelho como sinal da dignidade do cardinalato, significando que deveis estar prontos a comportar-vos com fortaleza, até à efusão do sangue, pelo aumento da fé cristã, pela paz e a tranquilidade do povo de Deus e pela liberdade e a difusão da Santa Igreja Romana”.

Nesta altura, o Papa atribui a cada cardeal uma igreja de Roma (título ou diaconia) – simbolizando a participação na solicitude pastoral do Papa na cidade – e a bula de criação cardinalícia. Um abraço de paz sela este momento.

O rito concluiu-se com a recitação do Pai-Nosso e a bênção final.

Domingo, 21 de Novembro, Bento XVI preside à Missa na Basílica de São Pedro, na solenidade de Cristo-Rei do Universo, durante a qual entrega o anel cardinalício aos novos cardeais como “sinal de dignidade, solicitude pastoral e de mais robusta comunhão com a Sé de Pedro”, para que se reforce “o amor à Igreja”.

“Pregai o Evangelho, testemunhai Cristo, edificai a Igreja santa de Deus, abeçoai todos e a todos levai a paz de Cristo”, pede a oração que o Papa vai pronunciar, depois da entrega.

Em português, os presentes irão rezar para que “o Senhor conceda à Igreja, família de Deus, a graça de manifestar a sua universalidade e catolicidade abraçando todos os povos e as culturas”.

Na Segunda-feira, ainda no Vaticano, Bento XVI profere um discurso aos novos Cardeais, com os familiares e os peregrinos vindos para o Consistório.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top