Crescer a sofrer, o destino dos jovens refugiados

“Jovens refugiados: construir o futuro” é o tema que polariza a Jornada Mundial dos refugiados no ano de 2003. Maria Teresa Tito de Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR) concorda que “é necessário dar-lhes uma atenção muito particular, até porque são 35% dos 20 milhões de refugiados espalhados pelo mundo. Não tenho dúvidas de que os jovens e adolescentes são os que mais sofrem e aqueles cujo futuro é mais incerto: para eles, crescer rima com sofrer.” A situação no nosso país, que não tem uma imagem de nação de acolhimento, é pautada pela quase ausência de refugiados. “Os menores que chegam desacompanhados ao nosso país – revela a entrevistada da Agência ECCLESIA – são poucos, o ano passado foram 9, mas há um esforço das ONG’s e da ONU para que seja aplicado um tratamento diferenciado a mulheres e jovens desacompanhados. Já conseguimos que eles saiam imediatamente do aeroporto e regularizem já em território nacional a sua situação jurídica.” O CPR, porém, sonha com algo mais. “Em termos de estruturas de acolhimento há um caminho largo a percorrer no nosso país. Temos a intenção de celebrar um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia, mas ainda estamos atrasados e na prática não se implementou; O CPR, a Amnistia Internacional (AI), a Assistência Médica Internacional (AMI) e o Núcleo de Estudos para a Paz (NEP) da Faculdade de Economia de Coimbra organizam uma Gala Comemorativa do Dia Mundial do Refugiado intitulada “Às Portas do Mundo”, hoje, dia 20 de Junho de 2003, às 21h00, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa. Segundo Teresa Tito de Morais, a intenção é “sensibilizar a opinião pública, criar uma onda de solidariedade para que cada um se sinta responsabilizado e possa ter um gesto para com todos os casos de pessoas que se vêem obrigados a sair dos seus países”.

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