Covid-19: Vaticano insiste na necessidade de assegurar vacinação nos países mais pobres

Cardeal Peter Turkson destaca responsabilidade moral de proteger os outros, apelando à vacinação

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 08 jan 2021 (Ecclesia) – O Vaticano lançou um novo apelo em favor da “distribuição inclusiva” da vacina contra a Covid-19, sem deixar ninguém de fora por questões económicas.

“Os pobres não podem ser deixados de fora por causa da sua pobreza ou incapacidade de aceder financeiramente à vacinação”, refere, numa mensagem em vídeo, o cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).

O responsável pela comissão do Vaticano dedicada à vacina contra a Covid-19 destaca a importância dos avanços da comunidade científica e a responsabilidade de cada pessoa em proteger a sua vida e a dos outros.

“A vacinação é deixada à responsabilidade de cada um, reconhecendo, no entanto, a obrigação que todos temos em travar a propagação do vírus e de proteger a vida de todos”, observa o colaborador do Papa.

No último dia 29 de dezembro, a Comissão do Vaticano para a Covid-19 e a Academia Pontifícia para a Vida (Santa Sé) publicaram um documento em que pedem ‘Vacina para todos’ na resposta à pandemia.

“A Covid-19 está a exacerbar uma ameaça tripla de crises simultâneas e interligadas de saúde, económicas e socioecológicas, que estão a afetar desproporcionalmente os pobres e vulneráveis. À medida que avançamos em direção a uma recuperação justa, devemos assegurar que as curas imediatas para as crises se tornem degraus para uma sociedade mais justa, com um conjunto de sistemas inclusivos e interdependentes”, lê-se no documento enviado à Agência ECCLESIA.

O documento cita o Papa Francisco, que em várias ocasiões afirmou “a necessidade de tornar as vacinas contra a Covid-19 disponíveis e acessíveis a todos”.

A Comissão do Vaticano para a Covid-19 e da Academia Pontifícia para a Vida refletem também sobre as etapas da vacina – pesquisa e produção, a aprovação, distribuição e administração -, assinalando que um “objetivo comercial não é eticamente aceitável”.

Antes, na sua mensagem de Natal, o Papa pediu que as pessoas sejam colocadas acima das “leis do mercado e as patentes de invenções”.

“Peço a todos os responsáveis dos Estados, empresas, organismos internacionais, que promovam a cooperação e não a concorrência, procurando uma solução para todos, vacinas para todos, especialmente os mais vulneráveis e necessitados de todas as regiões do planeta. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis e necessitados”, disse, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’.

A 21 de dezembro, a Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé) emitiu uma nota sobre a “moralidade do uso de algumas vacinas contra a Covid-19”, pedindo que estas sejas acessíveis para os mais pobres e “eticamente aceitáveis”.

OC

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Agência ECCLESIA

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