Covid-19: União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora alerta para «dificuldade em captar recursos humanos»

Tiago Abalroado fala em profissionais «no limite»

Foto: Lusa

Vila Viçosa, 07 jan 2021 (Ecclesia) – O presidente União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora (UDIPSS-Évora) disse hoje à Agência ECCLESIA que existe “dificuldade em captar recursos humanos” para reforçar as equipas na resposta à pandemia.

“Verificamos nas instituições que não conseguimos captar voluntários, nem outros profissionais, que possam reforçar as equipas, não sei se por receio, se também por escassez de recursos humanos. As instituições estão com grande dificuldade em captar recursos humanos”, explicou Tiago Abalroado.

O responsável realça que se esperava um reforço das equipas para “responder de outra maneira” à pandemia de Covid-19, mas tem sido impossível captar profissionais mais operacionais, ajudantes de ação direta, auxiliares de ação médica, nem enfermeiros e profissionais qualificados, ou seja, “todo o tipo de profissões, de tarefas, que é necessário desenvolver” nas instituições.

“Verificamos que os profissionais do serviço público de saúde estão no limite, não esticam, e não conseguem fazer muito mais,; os funcionários das IPSS igualmente, estão no limite, têm-se desdobrado, voluntariado para fazer mais horas, ficar dentro das instituições vários dias, tem havido um esforço significativo”, salientou.

O presidente União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora exemplificou que a Cruz Vermelha, “nestas regiões do interior, está também a ter muita dificuldade” na constituição das equipas de apoio.

A vacinação contra a Covid-19 nos lares de idosos em Portugal continental começou esta segunda-feira e Tiago Abalroado salientou que estão a trabalhar “na implementação ao nível do território alentejano para todos os utentes e colaboradores das IPSS”.

“Houve um contacto prévio da Administração Regional de Saúde no final do ano passado para as IPSS identificarem as listagens dos colaboradores e dos utentes a vacinar e, neste momento já se iniciaram no terreno e existem vários utentes e colaboradores no primeiro passo”, apontou.

O responsável adiantou que têm “procurado manter uma articulação muito estreita com as IPSS da região” e, em particular do Distrito de Évora, onde “existe um número muito acentuado de surtos ativos”.

“É muito complicado responder celeremente a todas as necessidades das instituições e das comunidades, os surtos estão por todos os concelhos e numa fatia muito considerável dos lares de idosos, apesar de termos as visitas suspensas os colaboradores continuam a entrar e sair diariamente. É natural que quando existe uma grande preponderância de infeção nas comunidades possa ser transmitida para os lares apesar de todas as medidas de proteção e segurança”, indicou o também representante da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) no Alentejo.

Tiago Abalroado, também presidente da IPSS UNITATE – Associação de Desenvolvimento da Economia Social, revela que até agora registaram “um caso” numa estrutura residencial, na localidade da Vendinha.

“Procuramos diariamente ter as trancas à porta ao máximo, garantir todas as medidas de segurança e proteção do plano de contingência, temos um forte envolvimento do trabalhadores, e tem sido isso que tem permitido que não houvesse uma expansão deste caso e termos resistido à entrada do vírus nas nossas estruturas e respostas sociais”, concluiu.

CB/OC

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