Bragança-Miranda: «Jubileu existe para haja reencontros» – D. Nuno Almeida

Bispo diocesano presidiu à abertura do ano jubilar, evocando vítimas da violência e da exclusão

Bragança, 29 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda disse hoje que o Jubileu “existe para haja reencontros”, pedindo atenção às vítimas da violência e da exclusão.

“Neste Jubileu, procuremos levar a esperança onde ela se perdeu: onde a vida está ferida, nas expectativas traídas, nos sonhos desfeitos, nos fracassos que despedaçam o coração; no cansaço de quem já não aguenta mais, na solidão amarga de quem se sente derrotado, no sofrimento que consome a alma; nos dias longos e vazios dos reclusos, onde existe violência doméstica, nos aposentos estreitos e frios dos pobres, nos lugares profanados pela guerra e pela violência”, assinalou D. Nuno Almeida, numa homilia enviada à Agência ECCLESIA.

“O Jubileu abre-se para que a todos seja dada a esperança, a esperança do Evangelho, a esperança do amor, a esperança do perdão”, acrescentou.

A Diocese assinala, de forma solene, o início do Jubileu convocado pelo Papa, com celebrações em Bragança e em Miranda do Douro.

Na cidade de Bragança, não houve outras Missas neste domingo: os católicos foram convidados a reunir-se na igreja da antiga Sé, seguido até à Catedral, em procissão, para o rito da abertura da Porta Santa.

Esta tarde, pelas 15h30, está prevista uma procissão, entre a igreja da Misericórdia e a concatedral, em Miranda do Douro, onde se repete o rito da abertura da Porta Santa, sob a presidência de D. Nuno Almeida.

O responsável disse esta manhã que o Jubileu é “um grande dom”.

“É-nos oferecido para não cairmos na tentação do pessimismo e do desencorajamento que geram resignação e preguiça, ao passo que a esperança acende o desejo e leva a ação. Queremos, portanto, viver e celebrar o Jubileu como ‘peregrinos de esperança’, percorrendo um caminho que nos afaste da rotina e do deixar correr e nos torne mais audazes no pensar, sentir e agir”, indicou.

O nosso coração sabe que não se pode viver sem esperança num amanhã melhor. A esperança, a mais pequena das virtudes, mas a mais forte, convida-nos a olhar com olhos novos a nossa existência, sobretudo nos momentos difíceis e a ver a através dos olhos de Jesus, o autor da nossa esperança”.

A reflexão associou a celebração à festa da Sagrada Família, que integra o tempo do Natal no calendário católico.

“Não há, neste mundo, famílias perfeitas, nem comunidades perfeitas, não há famílias e comunidades ‘cinco estrelas’; há famílias e comunidades em caminho, em construção, em reparação, algumas sob o risco de derrocada, se não cuidarem a tempo dos alicerces e das feridas”, observou.

A Eucaristia concluiu-se com a apresentação do Conselho Pastoral Diocesano, a cujos membros foi entregue o documento final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se encerrou no último mês de outubro.

“Envolvidos pela luz e pela graça do Jubileu 2025, queremos continuar a construir comunidades sinodais missionárias”, indicou D. Nuno Almeida.

As dioceses católicas de Portugal assinalam hoje, em todas as catedrais, o início do Jubileu 2025, centrado na temática da esperança, conforme estipulado pelo Papa.

Na bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), Francisco determinou que, no dia 29 de dezembro de 2024, os bispos diocesanos celebrem a Missa como abertura solene do ano jubilar, segundo o ritual preparado para esta celebração.

OC

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