Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade diz que celebração do nascimento de Jesus é «sinal de esperança»
Bragança, 20 dez 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro, pede que este Natal seja celebrado com “todo o cuidado”, para que haja “mais Natais”, em particular para os idosos.
“É preciso ter uma coragem criativa, que não ponha em causa a vida das pessoas, sobretudo dos nossos mais velhos”, refere o bispo de Bragança-Miranda, na entrevista conjunta à Renascença e Ecclesia, publicada e emitida semanalmente aos domingos.
O responsável católico sublinha que “todo o cuidado é pouco”, no meio de uma pandemia como a da Covid-19, reconhecendo que “é muito doloroso o que está previsto para os lares, de um modo especial, e para a reunião mais alargada das famílias”.
“[Os idosos] sofrem no coração, mas para que possam ter mais Natais, como nós recorrentemente vamos dizendo, é preciso que este tenha todos os cuidados”, assinala D. José Cordeiro.
“Vamos levar-lhes esta ternura, comunicar essa ternura, nos meios que hoje são possíveis”, acrescenta.
O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade fala num Natal que “remete para o essencial, para o amor, para a relação, para a ternura, para a compaixão”.
Quanto à possibilidade de celebrar a Missa do Galo, no contexto das medidas previstas pelo Governo para o Natal – a 24 e 25 de dezembro é permitida a circulação na via pública até às 02h00 do dia seguinte -, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda diz que é “um sinal de esperança”.
“O Natal pode até ser para nós este laboratório de esperança, para acolher com surpresa a vida que Deus nos oferece”, deseja.
A busca, o encontro com este mistério, desafia-nos desta vez, este ano, neste Natal, a reinventar a esperança. É esta mensagem de esperança e de proximidade que gostaria de deixar a todos”.
D. José Cordeiro assinala que as comunidades católicas são chamadas a uma “cidadania ativa e responsável”, sublinhando que a participação nas celebrações litúrgicas é “segura, de confiança”.
“Estamos no estrito cumprimento das regras sanitárias e numa cooperação recíproca com as autoridades civis e da saúde; daquilo que conhecemos, tem sido exemplar o comportamento das comunidades”, realça.
O responsável admite que “algumas determinações ou orientações” do Governo “não foram muito claras e não houve o diálogo necessário”, mas diz que essa situação foi “ultrapassada”.
“Nós continuamos não só na celebração, mas naquilo que é a nossa própria missão, a apelar contra o medo. O tempo de Natal é isso mesmo”, aponta.
Henrique Cunha (Reanscença) e Octávio Carmo (Ecclesia)