Covid-19: «Somos frágeis e sabemos pouco sobre a pandemia» – Vice-presidente do Instituto das Irmãs Hospitaleiras

No Dia Mundial da Saúde Mental, a irmã Idília Carneiro sublinha a necessidade de olhar para a pessoa «como um todo» 

Irmã Idília Carneiro

Lisboa, 10 Out 2020 (Ecclesia) – A vice-presidente do Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, irmã Idília Carneiro, afirmou à Agência ECCLESIA que este tempo de pandemia apanhou “de surpresa” esta congregação que tem como carisma “o acolhimento às pessoas com sofrimento psíquico e doença mental”.

“Tem sido um tempo de graça” porque tem revelado o que “de melhor temos dentro de nós” e existe “uma rede grande de solidariedade, onde se inclui uma articulação com as autarquias locais”, aponta a responsável.

Este sábado, dia 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental, e as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus estão em Portugal, desde 1894, com a fundação da Casa de Saúde da Idanha, e ação na “área da psiquiatria, saúde mental, psicogeriatria, demências, reabilitação e também uma Unidade de Cuidados Paliativos”, sublinhou.

O covid-19 e “a doença em si” exige mais dos cuidadores, disse a irmã Idília Carneiro que é também vigária provincial das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

As consagradas e colaboradores participam nos serviços e reconhecem que os primeiros meses “foram bastante intensos” na prestação de cuidados e na organização interna.

Os meios humanos e técnicos – “sem esquecer as ajudas das entidades de saúde” – foram fundamentais, mas muito deve-se “à força de Deus”, sublinhou a responsável.

A espiritualidade é uma das dimensões “fundamentais” e nos momentos onde a fragilidade e a vulnerabilidade é visível leva as pessoas “a olhar para o interior”.

O momento atual situa as pessoas “perante a nossa verdade” e que “a história não é nossa”.

Estes dados mostram a “impotência” do ser humano e direcionam as pessoas para “outras dimensões”, frisou a irmã Idília Carneiro.

“Nunca se pode esquecer que mais do que a sua doença, elas são pessoas” e “têm a sua forma de enfrentar a realidade”.

Embora a situação atual obrigue a “cuidados muito específicos”, estas consagradas olham para as “pessoas como um todo”.

O tema vai estar em destaque na emissão deste domingo no Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública (06h00).

CB/LFS

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