«Antes da declaração de estado de emergência tomamos medidas de recolhimento domiciliário» – Padre José Miguel Barata Pereira
Lisboa, 28 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário de Cristo-Rei dos Olivais explicou que “toda a comunidade” está “recolhida, reduzindo ao mínimo qualquer saída” ao exterior, como medida de isolamento social por causa da pandemia Covid-19, “antes da declaração de Estado de emergência”.
“Toda a comunidade ficou recolhida reduzindo ao mínimo qualquer saída apenas para compras, ou necessidades que depois vieram a ser contempladas no estado de emergência. Em articulação sempre com o delegado de saúde aqui da zona fomos verificando a melhor maneira de manter o confinamento e evitar os contágios”, disse hoje o responsável pelo seminário do Patriarcado de Lisboa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre José Miguel Barata Pereira explicou que tomaram “as medidas de recolhimento domiciliário” desde o momento que a Universidade Católica “suspendeu as aulas presenciais”, no dia 11 de março, “ainda antes da declaração de Estado de emergência”.
“Ficamos confinados no ritmo normal de uma vida familiar alargada mas interna”, destacou.
O reitor do Seminário de Cristo-Rei dos Olivais adianta que criaram “pontos de distribuição de gel”, motivaram às “regras da higiene respiratória e lavagem das mãos” e tomaram medidas de distanciamento dos espaços comuns “como o refeitório ou a celebração dos sacramentos que passou a ser, com maioria de razão, reservada para dentro de casa, sem ser pública”.
Segundo o padre José Miguel Barata Pereira até ao último dia de aulas, a 3 de abril, mantiveram o “ritmo normal” da instituição com a formação e dos “complementos da vida comunitária, da vida espiritual, do diálogo formativo”, algumas atividades e os tempos de passeio ou exercício físico no espaço de mata e jardim; A comunidade do seminário tem “vários membros” e o “espaço verde interno muito grande” permite um “confinamento especial” em relação à “maior parte das pessoas nos seus apartamentos”.
O reitor informa que suspenderam as “atividades formativas com convidados” que vão retomar através de webinar e videoconferências, “pessoas de fora que costumam fazer ações de formação”.
Neste contexto, refere também que os trabalhadores que se deslocam para o seminário de transportes públicos ficaram em casa e os seminaristas “assumiram algumas das tarefas desses trabalhadores, algumas limpezas da casa, a limpeza da mata”, num ritmo espontâneo, e “assumiram também” algumas iniciativas de “atenção à comunidade exterior”, com colaborações com iniciativas de centros sociais e paróquias, “de telefonar para pessoas que estão em casa, mais isoladas, idosos mais isolados” e nas redes sociais Facebook e Instagram recebem “intenções de oração”.
“Estabeleceram plataformas em que rezávamos na nossa oração comunitária e devolvíamos o contacto às pessoas a dizer que tínhamos rezado. Eu recebi um telefonema de uma pessoa a pedir oração por causa da situação de confinamento”, explicou o padre José Miguel Barata Pereira.
O Seminário de Cristo-Rei dos Olivais tem alunos de outras dioceses de Portugal – Aveiro, Santarém, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco – e do Funchal que, neste momento, “estão confinados no seminário” na Madeira, para onde viajaram a 12 de março e “estão à espera do fim do estado de emergências para que a TAP alargue os voos”, e de outros países, das duas dioceses de Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe, e das dioceses indianas de Cochim e Trivandrum.
A Igreja Católica está a celebrar a 57.ª Semana de Oração pelas Vocações, até domingo, e o seminário do Patriarcado de Lisboa dinamiza esta quinta-feira uma vigília de oração e o reitor explica que nos meios online estão a publicar “pequenas fotografias e pequenas mensagens”, lembram a oração e partilham pedidos e expressões de oração.
O Seminário dos Olivais foi fundado em 1931, pelo cardeal Cerejeira, e acolhe seminaristas que se preparam para a ordenação sacerdotal.
CB/OC
