Covid-19: Seminário Maior de Coimbra tem «34 quartos e 45 camas» para «acolher» profissionais de saúde

«Fica a vontade de os querer acolher e cada um ter a certeza de que não faltam lugares nesta hora» – Padre Nuno Santos

Coimbra, 15 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra disse à Agência ECCLESIA que há “34 quartos e 45 camas” disponíveis na instituição para “poder acolher profissionais de saúde” que estão na ‘linha da frente’ de combate à pandemia, “em unidade” com outras instituições.

“Muitos têm receio de contaminar os familiares, outros vivem longe, e o seminário quis disponibilizar 34 quartos e 45 camas para que havendo essa necessidade possamos estar a responder nesta hora este aconchego e disponibilidade. Fica a vontade de os querer acolher e cada um deles ter a certeza de que não faltam lugares para os querer acolher nesta hora”, disse o padre Nuno Santos à Agência ECCLESIA.

O reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra assinala que “é óbvio” que preferiam que “não houvesse essa necessidade” porque significava que “os profissionais de saúde não estariam na linha da frente a passar tantas dificuldades” por causa da Covid-19, mas “esta luta é longa e eles precisam muito destes lugares”.

O padre Nuno Santos destaca que o seminário está no centro de Coimbra, “próximo dos hospitais”, tem também o jardim e “é um espaço de silêncio – agora a cidade toda tem um silêncio maior”, mas ali podem “descansar, reabastecer na energia e também na espiritualidade”.

Neste contexto, o sacerdote lamenta que a pandemia “também dificulta a proximidade e força do gesto” para poderem estar mais próximos destes profissionais de saúde ou desenvolver mais ações concretas de ajuda.

Esta casa tem mais de 270 anos, tem muita história e muita vida, e se houve alturas que esteve mais centrada em si pela formação e o número elevado de seminaristas, hoje temos possibilidade de sem perder identidade estabelecer uma ponte muito grande com a cidade”, destaca o reitor do Seminário Maior de Coimbra.

O padre Nuno Santos lamenta que o baloiço que a instituição tem com vista para a cidade e o rio Mondego “nestes dias esteja tão livre” e “não seja possível por estes contextos continue a ser um lugar de esperança”.

“Este lugar que não era valorizado, mas tem uma vista muito bonita sobre a cidade, já tinha procurado colocar um banco para contemplar o rio, a cidade, com o baloiço passou a dar outra vida: É um dos sítios mais bonitos para ver o pôr-do-sol desta cidade”, realçou.

Segundo o reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra até à pandemia do novo coronavírus o sítio do baloiço era “o lugar mais visitado do seminário” e tinham muitas pessoas de “muitos países, muitos locais”, que iam ao seminário só para o baloiço chegando a ter até 40 pessoas.

“A natureza, o descobrirmos o olhar sobre a cidade, o redescobrirmos também Deus, na minha perspetiva, que constrói as cidades, que não as abandona, que está na história de cada uma destas vidas que a cidade tem também é um lugar de espiritualidade”, concluiu o padre Nuno Santos, que esta semana conversa sobre “esperança” no programa ECCLESIA, pelas 22h45, na radio Antena 1.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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