Covid-19: Resposta solidária do Vaticano e da Cáritas da Itália

Donativos de 13 milhões de euros, campanha para instituições de saúde, fundo para desempregados e assistência a sem-abrigo são algumas das iniciativas

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 24 mar 2020 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Italiana (CEI) anunciou hoje um donativo de 3 milhões de euros para instituições de saúde que combatem a pandemia do Covid-19, promovendo ainda uma campanha de recolha de donativos, entre as comunidades católicas.

A informação, enviada à Agência ECCLESIA, destaca que a Cáritas e as estruturas católicas socio-sanitárias estão na “linha da frente” da ajuda às populações afetadas.

Ainda em março, a CEI tinha anunciado que, após um donativo pessoal do Papa, no valor de 100 mil euros, o envio de 10 milhões de euros às220 Cáritas diocesanas, montante recolhido através da consignação em sede tributária e de donativos particulares.

A iniciativa procura “garantir serviços para pessoas em pobreza extrema, como refeitórios e dormitórios protegidos”, assinala uma nota do episcopado italiano.

A presidência da CEI decidiu também oferecer 500 mil euros para as atividades do Banco Alimentar.

Em Milão, a Igreja Católica e autoridades municipais acabam de lançar o ‘Fundo São José’, para ajudar quem perdeu o trabalho por causa da situação de emergência sanitária, num total de 4 milhões de euros, suportados em partes iguais pela Arquidiocese e o Município.

Já no Vaticano, a Esmolaria Apostólica, o “braço” da caridade do Papa continua o seu trabalho de solidariedade em favor dos sem-abrigo.

O responsável pela instituição, cardeal Konrad Krajewski, disse ao portal de notícias do Vaticano que “todos os voluntários e pessoas de boa vontade continuam a cuidar dos pobres e necessitados, especialmente os que vivem nas ruas.

“Agora, mais do que nunca, eles dependem do nosso coração” acrescentou.

Neste momento de crise, tem sido distribuído por voluntários um saco com bens alimentares (atum, pequenos enlatados, frutas, queijos, salame embalado, pão), em substituição de almoços e jantares, em espaços como refeitórios sociais, dormitórios, paróquias, associações de voluntariado e comunidades religiosas, dada a proibição de concentração de pessoas.

As vilas pontifícias de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, têm oferecido diatemente “centenas de pacotes de leite fresco e iogurte”, indica o cardeal Krajewski.

O colaborador do Papa disponibilizar um número de telemóvel – 0039 348-1300123 – para quem quiser oferecer bens alimentares ou distribuí-los noutras instituições de solidariedade.

A pedido de Francisco, o cardeal polaco visitou esta segunda-feira duas casas religiosas que se encontram isoladas, dado que muitas das consagradas estão contagiadas com o novo coronavírus, levando como presente alguns produtos das Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, como leite fresco e iogurte.

A Cáritas Italiana promove ao longo deste mês uma campanha de angariação de fundos, para ajudar quem se encontra no terreno a tentar conter a pandemia do Covid-19.

A Diocese de Bérgamo, a mais atingida pela crise sanitária, colocou à disposição dos médicos e enfermeiros 50 quartos do Seminário, gesto que se repetiu em várias outras localidades.

Igrejas em Brescia, Roma, Tricarico, San Marco Argentano-Scalea, Reggio Calabria, Cassano allo Jonio e Siracusa ofereceram-se para acolher pessoas em quarentena e pacientes que já podem deixar os hospitais, libertando assim camas para os casos mais urgentes.

Outras dioceses como as de Milão, Rimini, Lanusei, forneceram estruturas para a proteção civil, informa o portal de notícias do Vaticano.

A nível internacional, a Cáritas decidiu abrir uma plataforma virtual para que as instituições regionais e locais possam relatar a sua situação e as ações em curso.

OC

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Agência ECCLESIA

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