Covid-19: Religiosos querem estar na linha da frente da resposta à crise

Nova presidente da CIRP pede que se evitem despedimentos e se centrem atenções nos mais necessitados

Foto: Irmã Graça Guedes

Lisboa, 03 jul 2020 (Ecclesia) – A nova presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) afirmou, na entrevista semanal conjunta Renascença-Ecclesia, que a resposta à crise provocada pela pandemia exige que estes se coloquem na linha da frente, ao serviço das pessoas.

“Nós, os consagrados, temos muitas obras e muitas pessoas que colaboraram connosco a quem devemos remunerar corretamente, e isso também é, de certa maneira, responder. Não alinhar pelo despedimento, por exemplo, mas conseguirmos que as pessoas possam manter os seus postos e continuar a colaborar connosco, ajudando aqueles que mais precisam e que são os destinatários das nossas missões”, referiu a irmã Graça Guedes.

A responsável destacou a necessidade de “não ter medo” e de manter as portas abertas, seguindo as normas das autoridades sanitárias.

“Não queremos deixar de colaborar com a nossa sociedade, sobretudo com os que neste momento estão a padecer mais, quer por falta de emprego, quer por verem os seus rendimentos reduzidos, quer também porque precisam da nossa colaboração, assegurando os seus postos de trabalho”, acrescentou.

A provincial portuguesa das Religiosas do Amor de Deus, eleita esta semana como presidente da CIRP para o próximo triénio, destaca a importância de maior colaboração entre as várias congregações e ordens, que enfrentam os desafios colocados pelo envelhecimento dos seus membros e a falta de novas vocações.

“Há efetivamente esta diminuição, esta crise, como lhe chamamos, um decréscimo de entradas à Vida Consagrada”, aponta.

A irmã Graça Guedes vê reconhecimento e valorização da Vida Consagrada, por parte da sociedade, sobretudo de quem “está mais perto”.

“Tendo em conta esta situação que vivemos, do que fui acompanhando, foi muito valorizada a comunicação e a forma de os consagrados estarem nas redes sociais, como presença”, exemplifica.

A presidente da CIRP assume a necessidade de “reforçar” a presença de religiosos e religiosas nos media e plataformas digitais, para mostrar que “a Vida Consagrada é valor”.

Entre as prioridades assumidas na Assembleia Geral da CIRP, esta semana, está a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, no verão de 2023.

“Podemos disponibilizar os nossos espaços, acolher. Podemos ser aqui uma mais-valia nesta preparação para a Jornada Mundial da Juventude”, refere a irmã Graça Guedes, para quem esta “é uma presença que acaba por tocar também os próprios jovens.

A religiosa aborda ainda os desafios lançados pela encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, dedicada à ecologia integral.

“Este tema continua a ser muito atual. Há um caminho muito grande pela frente, temos de fazer mais do que temos feito até aqui”, conclui.

OC

Igreja: Irmã Graça Guedes eleita presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal

 

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