Covid-19: Presidente da Cáritas dos Açores prevê ano de grandes dificuldades

Anabela Borba, reconduzida na direção da organização católica, pede aposta na educação e numa economia «forte» no arquipélago

Angra do Heroísmo, Açores, 14 fev 2021 (Ecclesia) – A presidente da Cáritas Diocesana dos Açores, Anabela Borba, disse temer que a pandemia e as suas consequências sociais crime “grande dificuldade” no arquipélago, em 2021.

“Primeiro existe a questão das cercas sanitárias. Depois as pessoas têm hoje mais consciência e mais medo e isso também retrai o consumo. Portanto, as empresas estão em dificuldades”, assume a convidada da entrevista conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada semanalmente ao domingo.

Anabela Borba, que iniciou esta quinta-feira um novo mandato à frente da Cáritas nos Açores, considera que é necessária uma ajuda “bastante musculada” do Governo, na região e a nível nacional, para superar a crise provocada pela Covid-19.

A responsável mostra-se particularmente preocupada com a situação das empresas ligadas ao setor do turismo e à promoção das festividades locais, atingidas pelos vários confinamentos.

A presidente da Cáritas Diocesana dos Açores fala ainda do impacto da pandemia nos mais velhos, “que estão sós, em instituições sociais com muitas dificuldades para cuidar”.

“Esta pandemia vem mostrar, de facto, como é que estas pessoas sofrem, e agora sofrem mais ainda porque têm de estar isoladas das suas famílias”, alerta.

Questionada sobre o novo Governo de direito na Região Autónoma, Anabela Borba defende que a educação tem de ser uma “prioridade” e adverte para a necessidade de investir na saúde e de contrariar a quebra demográfica.

“Os desafios são muito grandes nos Açores, mas penso que não pode haver combate à pobreza e à exclusão sem economia forte. Esse, de facto, tem sido um dos problemas da região: é o problema de não termos uma economia forte”, acrescenta.

A responsável assinala que as principais preocupações da Cáritas se centram nas ilhas de São Miguel e da Terceira, admitindo que, se o desemprego ainda não aumentou de uma forma drástica, nos Açores, 2021 “vai ser o ano de todas as dificuldades”.

“Sem uma educação forte e sem um desenvolvimento do tecido económico e social, as respostas serão sempre limitadas e terão sempre um efeito bastante assistencial e não tanto do desenvolvimento que todos ambicionamos”, aponta.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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Agência ECCLESIA

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