Padre Manuel José Marques destaca impacto do surto na população e deixa mensagem de esperança
Évora, 15 set 2020 (Ecclesia) – O padre Manuel José Marques, pároco na Unidade Pastoral de Reguengos de Monsaraz, afirmou que a “situação muito grave” provocada pelo surto de Covid-19 na localidade alentejana está a ser superada com “cuidado”, procurando afastar o medo.
“Estamos a recomeçar, com os mesmos cuidados, com menos medo, estamos a fazer a nossa vida, mas com muitos problemas: o problema económico, desde logo, o problema das famílias, com o recomeço da escola”, relatou o sacerdote à Agência ECCLESIA.
“Vamos aprendendo a viver com esta dificuldade”, acrescentou.
O surto de Covid-19 atingiu em particular o lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVP), tendo provocado 18 mortes: 16 utentes do lar, uma funcionária do lar e um motorista da câmara.
O pároco de Reguengos de Monsaraz sublinha a importância do testemunho de fé e da “presença de esperança” das comunidades católicas, em particular junto das pessoas doentes.
“A minha preocupação foi tentar encontrar o número de telefone de todas as pessoas para lhes dizer uma palavra”, relata.
O surto surgiu depois do período de confinamento e muitas pessoas “voltaram de novo para casa, com medo”.
O padre Manuel José Marques foi pedindo a todos “cuidado”, mas sem pânico, porque “o medo atrapalha e o cuidado ajuda”.
“Não vamos ter medo, vamos tentar fazer a nossa vida normal”, com as distâncias e cuidados necessários para evitar a propagação, foi o seu apelo.
O sacerdote defende que este é um tempo que as pessoas são chamadas a viver, sem se “esconder”, celebrando a fé e ajudando os outros.
“Penso que as pessoas beberam muito desta serenidade”, aponta.
O sacerdote participou na Jornada Geral do Clero, no início do ano pastoral, que se encerra hoje no Seminário Maior de Évora, tendo apresentado o seu livro ‘Leitura orante da Palavra – Lectio Divina Ferial’.
O padre Manuel José Marques explica que “a ideia inicial era servir as pessoas”, colocando “a mesa da Palavra na rua”, com uma reflexão meditada diária (lectio divina), da Bíblia, que o sacerdote ia enviando por email, dando início a uma cadeia de mensagens para chegar “ao maior número de pessoas”.
A ‘lectio divina’ passou a estar no site do Secretariado Nacional de Liturgia, numa proposta “simples” que procurava falar à vida de cada um.
“As pessoas sentem que esta Palavra é para elas e é delas”, refere o autor.
LFS/OC