Missa na Casa de Santa Marta deixou reparos à ostentação, em celebrações litúrgicas
Cidade do Vaticano, 21 abr 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 ajudou a valorizar o silêncio e a “capacidade de ouvir”, desejando que esta seja uma lição para o futuro.
“Neste momento, há muito silêncio. É possível, inclusivamente, ouvir o silêncio. Que este silêncio, que de certo modo é novo nos nossos hábitos, nos ensine a ouvir, nos faça crescer na capacidade de ouvir. Rezemos por isso”, declarou, no início da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta, com transmissão online.
Já na sua homilia, Francisco refletiu sobre as primeiras comunidades cristãs, a partir do relato feito pelo livro dos Atos dos Apóstolos, o primeiro do Novo Testamento, depois dos quatro Evangelhos.
“A primeira comunidade cristã é um modelo, um ideal, sinal daquilo que o Espírito Santo pode fazer se somos dóceis. O Espírito cria a harmonia. Depois chegam os problemas e as divisões”, apontou.
Segundo o Papa, o primeiro fator de divisão é o “dinheiro”, que discrimina os mais pobres e leva até a “desvios doutrinais” na Igreja Católica.
A intervenção alertou ainda contra as tentações da “vaidade” e da “maledicência”, nas comunidades católicas.
“Quantas vezes – não digo sempre, mas quantas vezes -, a celebração de um sacramento é um exemplo de vaidade: quem está mais bem vestido, quem faz isto e aquilo… A vaidade pela maior festa. Aqui também entra a vaidade e ela divide”, advertiu.
A intervenção concluiu-se com uma oração pela “docilidade ao Espírito”, para que transforme as “comunidades paroquiais, diocesanas, religiosas” rumo à “harmonia que Jesus quer para a comunidade cristã”.
A celebração concluiu-se com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual.
OC