Francisco critica políticos que ignoram medidas destinadas a proteger a população e deixa recado: «primeiro as pessoas»
Cidade do Vaticano, 30 mar 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco criticou políticos que ignoram medidas destinadas a proteger a população da pandemia de Covid-19, falando mesmo em “genocídio viral”.
A posição é assumida numa carta ao presidente da Comissão Pan-Americana de Juízes para os Direitos Sociais, Roberto Andrés Gallardo, de que o portal ‘Vatican News’ divulga passagens.
“Os governos que enfrentam a crise mostram a prioridade das suas decisões: primeiro as pessoas. E isso é importante, pois sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo económico”, admite.
Seria triste se o contário fosse escolhido, o que levaria à morte de muitas pessoas, algo como um genocídio viral”.
Papa destaca que “alguns governos adotaram medidas exemplares com prioridades bem definidas para defender a população”.
“É verdade que essas medidas ‘incomodam’ aqueles que são obrigados a cumpri-las, mas é sempre para o bem comum e, a longo prazo, a maioria das pessoas as aceita e avance com uma atitude positiva”, refere.
“Estamos todos preocupados com o crescimento, em progressão geométrica, da pandemia. Sinto-me feliz com a reação de tantas pessoas, médicos, enfermeiros, enfermeiras, voluntários, religiosos, sacerdotes que arriscam as suas vidas para curar e defender as pessoas saudáveis do contágio”, ressalta Francisco.
O Papa considera que é necessário começar a preparar, desde já, o pós-pandemia e as crises que podem derivar deste período de isolamento social, com situações de fome, violência ou exploração financeira.
Francisco cita a economista Mariana Mazzucato, professora da University College London, autora do livro ‘O valor de tudo. Quem produz e quem subtrai na economia global’, no qual se questiona o papel de especuladores e financiadores no sistema financeiro.
OC