Diocese cedeu espaço que funciona como estrutura de retaguarda para acolher doentes e profissionais de saúde
Guarda, 26 jan 2021 (Ecclesia) – O bispo da Guarda disse à Agência ECCLESIA que o surto pandémico está a ser vivido na diocese “com bastante dificuldade”, devido “ao distanciamento físico dos fiéis”, mas também está “a abrir outras portas”
As dificuldades “obrigam a agilizar outras potencialidades que estavam não desenvolvidas”, frisou D. Manuel Felício.
Face ao confinamento, a comunicação é feita através das novas tecnologias, com iniciativas para que as famílias “possam rezar em suas casas” e “colocar a Palavra de Deus no centro das suas vidas”.
“Assim, as famílias vão assumindo cada vez mais o seu estatuto de Igrejas domésticas”, sublinhou D. Manuel Felício.
Também a suspensão das sessões presenciais da catequese leva a “envolver mais as famílias no processo de educação cristã”.
O bispo da Guarda considera que a pandemia tem levado a um aumento de situações de solidão, com pessoas que se sentem “abandonadas”.
Apesar das dificuldades inerentes à situação que se vive no país, D. Manuel Felício realça que tem “motivado os párocos, em colaboração com os mais diretos colaboradores, de não deixarem ninguém abandonado e esquecido”.
“O pior que pode acontecer às pessoas é sentirem-se na prateleira ou então descartadas como refere o Papa Francisco”, acrescenta.
A Diocese da Guarda disponibilizou o Centro Apostólico, que era uma casa de retiros e estava desativada, para funcionar como estrutura de retaguarda, no apoio aos doentes de Covid-19.
A casa “não tem meios técnicos nenhuns” mas serve para “pessoas que tenham de estar em isolamento ou para profissionais de saúde que precisem de descansar, porque a sua terra fica distante”, realça o responsável católico.
O Centro Apostólico da Guarda já acolheu “um grupo de infetados que estava ligado ao Instituto Politécnico da Guarda (IPJ), sendo a maioria alunos de países lusófonos”.
A gestão do espaço, cedido pela diocese, está a ser feita em ligação com o Hospital da Guarda e com a Proteção Civil.
“Espaços físicos não faltam, podem é faltar meios humanos, como os técnicos de saúde”, assinala D. Manuel Felício.
LFS/OC