Covid-19: Pandemia alerta para o respeito pela a Casa Comum e sinaliza «sistemas sociais injustos»

Cáritas Internacional participa na Jornada Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação que se assinala no dia 1 de setembro

Lisboa, 31 ago 2020 (Ecclesia) – A Caritas Internacionalis (CI) afirma num comunicado sobre a Jornada Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação que a pandemia Covid-19 deve ser “um alerta para respeitar a Casa Comum”, mostra a interligação entre todos e sinaliza “sistemas sociais injustos”.

“Percebemos como sistemas sociais injustos criaram terreno fértil para a propagação de doenças, como são frágeis as nossas vidas e como éramos vulneráveis mesmo antes da propagação deste vírus”, afirma a CI em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Para os responsáveis internacionais da Cáritas, os meses da pandemia Covid-19 revelaram a “comum natureza humana”, a interligação “na dimensão política, económica, social, espiritual e cultural” entre todas as pessoas e foram também uma oportunidade para “fazer emergir uma nova forma de solidariedade” que permitiu defender a vida.

No documento, a CI acrescenta que a Jornada Mundial de Oração pelo Cuidado da criação, que se assinala no dia 1 de setembro, é uma “uma ocasião importante para celebrar a riqueza da fé cristã”, que “se exprime também” no cuidado da Casa Comum.

“Como seguidores de Cristo, partilhamos o papel de guardiães da criação de Deus e o nosso bem-estar está ligado ao bem-estar da Mãe Terra”, afirma-se.

O comunicado da CI lembra que a organização trabalha “em todo o mundo” em conjunto com as comunidades locais para “combater a propagação da pandemia”, sem esquecer o desafio do presidente da Caritas Internationalis, cardeal Luis Antonio Tagle, que apelou para a necessidade de difundir a “pandemia do amor e da solidariedade”.

A Cáritas Internacional lembra “o papel e a responsabilidade de todos os habitantes do planeta na construção de uma sociedade justa”, proporcionando a cada um a “possibilidade de viver em dignidade e em harmonia com a Mãe Terra” e refere que, para os cristãos, “a relação com o ambiente “não pode ser distinto” da relação com os outros e com Deus.

No documento, a CI lembra que  o dom da Casa Comum é para todas as criaturas, chamadas a assegurar que “os seus frutos sejam efetivamente distribuídos por todos”, alertando para o facto desse objetivo estar “bem longe”.

“A realidade que a Cáritas Observa em cada dia, no desenvolvimento do trabalho junto das comunidades locais em todo o mundo, está bem longe disso. As comunidades locais são as primeiras vítimas da falta da salvaguarda da Criação e, por isso, pedem-nos hoje ações direcionadas e imediatas, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar, ao acesso à água e à proteção do ecossistema”, sublinha a CI.

Para a organização católica, o desenvolvimento humano integral só está garantido se a vida for protegida, os sistemas ecológicos, económico, sociais e políticos salvaguardados e se os comportamentos humanos estiverem marcados pelo “conhecimento, vontade, liberdade e responsabilidade”.

No documento, a CI afirma que o reinício após a Covid-19 deve ter em consideração “novas formas de vida, justas e sustentáveis”, tendo em conta “a estreita interligação entre o respeito pela terra e o modo de vida no âmbito ecológico, económico, social e político”.

PR

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Agência ECCLESIA

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