Covid-19: Pandemia agrava crise e «cresce o medo» na Venezuela

«Se o vírus não nos matar, vamos morrer de fome» desabafa uma pequena comerciante daquele país

Caracas, 17 Abr 2020 (ECCLESIA) – Uma pequena comerciante na Venezuela, Estes Chacon, desabafou à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) que se o vírus “não nos matar, vamos morrer de fome”.

No comunicado enviado à Agência ECCLESIA lê-se que “cresce o medo perante a evolução da pandemia do coronavírus na Venezuela” e “com quarentena obrigatória e fronteiras fechadas, ninguém arrisca um cenário fácil num país em profunda crise e com um sistema de saúde deplorável”.

A quarentena forçada agravou “ainda mais este cenário” e tal “como em países com economia muito debilitada”, também na Venezuela “grande parte da população procura sobreviver com trabalhos esporádicos que oferecem rendimentos baixos”, realça a nota.

A crise económica que “já se arrasta há vários anos, está a ter consequências dramáticas para as populações”, especialmente as pessoas que se encontram “numa posição mais vulnerável, como as crianças, os doentes e os idosos”.

O Bispo da Diocese de São Cristóbal, D. Mario Moronta, pediu às autoridades para “garantir o acesso livre dos cidadãos a alimentos, medicamentos e cuidados médicos”.

Através da ajuda de organizações como a FAIS, a Igreja Católica “tem tentado aliviar o sofrimento das populações que deixaram de ter meios de subsistência”.

Este apoio “tem permitido, por exemplo, manter de portas abertas cantinas paroquiais que têm sido uma peça essencial no combate à fome neste país sul-americano”, acrescenta.

Os benfeitores portugueses da Fundação AIS têm “revelado um enorme espírito de solidariedade” para com a Igreja venezuelana, nomeadamente através do “apoio concreto às cantinas paroquiais, apoio que não será estranho ao facto de haver neste país sul-americano uma enorme comunidade lusa ou luso-descendente”, sublinha a nota.

LFS

 

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Agência ECCLESIA

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