Bispo de Viana do Castelo manifesta o seu apoio e o da diocese aos profissionais de saúde
Viana do Castelo, 19 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo dirigiu hoje uma mensagem onde afirma que o respeito pelas normas que obrigam a ficar em casa é “intocável” e pede aos seus diocesanos organizem o dia, com «momentos e lugares de oração»
“Uma coisa deve ser intocável para nós: o respeito pelas normas que nos obrigam a estar em casa. Só assim se evita o temido contágio…e a morte que ninguém deseja, nem para si, nem para os seus, familiares, amigos, vizinhos ou simples concidadãos”, escreve D. Anacleto Oliveira.
Para o bispo de Viana do Castelo, com a declaração do estado de emergência, é necessário aprender “a fazer a vida em casa”.
“Mesmo nestas circunstâncias, temos de continuar a viver. Há, para isso, que aproveitar a situação, para fazermos dela fonte de vida. Quem sabe, uma vida até mais verdadeira”, indica.
D. Anacleto afirma que é necessário reforçar a “componente social” no ambiente familiar, considerando-a “tão ou mais imprescindível que a individual”.
“Tanto preciso dos outros, como eles precisam de mim. A começar pelos mais próximos: os familiares, para os quais, tantas vezes e por tantas razões, não tínhamos tempo”, acrescenta.
O bispo de Viana do Castelo desafia os seus diocesanos a organizar cada dia “com horas para tudo o que for necessário e possível”, umas “em comum, outras individualmente”, rejeitando a possibilidade de “passar o tempo à deriva”, ao ritmo do que “vai apetecendo”, porque se torna “aos poucos fastidioso, insuportável”.
D. Anacleto Oliveira refere-se depois à possibilidade que é dada aos crentes, nestes dias, para dar atenção a “coisas essenciais à vida”, nomeadamente a oração, “individual ou em família”, “com pais e filhos ou apenas com marido e esposa”.
“A partir de agora vamos ter, não só muito mais tempo para isso, mas também uma ótima e proveitosa maneira de o ocupar, a sós e com aqueles que formam o nosso núcleo familiar”, afirmou.
O bispo de viana do Castelo deixa a proposta para que sejam definidos “momentos e lugares de oração”, preparados “com textos, preferencialmente bíblicos, e símbolos”, nomeadamente “imagens, estampas, flores ou outras ornamentações” para que o espaço de oração em casa se pareça “com o de uma igreja” e a família seja “uma Igreja doméstica, como família cristã que é”.
D. Anacleto lembra depois as “muitas celebrações” transmitidas pelas televisão e na internet e pede aos seis diocesanos não para assistir a essas liturgias, mas “participando, rezando, cantando”, sugerindo até que cada um se vista com quando vai à igreja e “fazendo os mesmos gestos que se fazem na igreja”.
“Troquemos ideias e experiências – como vários sacerdotes e fiéis leigos já estão a fazer – e teremos ainda mais o que é essencial à vida, agora mais do que nunca, nesta guerra em que todos nos encontrarmos: a união que, se for em e com Deus, será muito maior”, afirmou.
O bispo de Viana do Castelo dirige-se também a “todos os que, por dever de ofício, terão de continuar a trabalhar e a encontrar-se com outras pessoas, expondo-se assim, ainda mais, ao perigo de serem infetados pelo vírus”.
D. Anacleto Oliveira manifesta o todo o seu apoio e o da Diocese de Viana do Castelo aos profissionais de saúde e seus colaboradores
“Obrigado pelo que fazeis por nós. Iremos rezar por vós, confiando que o Senhor vos fará sentir a força da nossa oração”, afirmou.
Para conter a expansão do novo coronavírus covid-19, o presidente da República decretou o Estado de Emergência esta quarta-feira e por 15 dias, em todo território nacional.
Segundo os dados da Direção Geral da Saúde, relativos às 11h00 desta quinta-feira, 19 de março, Portugal tem 6061 casos suspeitos, 785 casos confirmados de infeção do covid-19, 3 recuperados e 3 óbitos.
PR