Portal contém recursos e propostas para os dias de quarentena
Lisboa, 04 abr 2020 (ecclesia) – O Corpo Nacional de Escutas (CNE) lançou um novo portal para responder à imposição do isolamento social, devido à pandemia de Covid-19, procurando criar “um ponto de encontro” para os escuteiros que, por estes dias, têm as suas atividades suspensas.
A plataforma ‘escutismoemcasa.pt’ nasceu em tempo recorde, graças ao empenho de 20 voluntários.
Para o chefe nacional do CNE, esta é uma forma de manter viva em cada jovem, a dinâmica do escutismo, com um conjunto de propostas consideradas relevantes.
“É o caso dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que é uma área que o CNE está a tentar desenvolver para estimular uma consciência cada vez maior nos nossos escuteiros da temática ambiental que caracteriza o escutismo desde a sua génese, e os escuteiros têm de ter estas preocupações no seu quotidiano”, refere Ivo Faria, em declarações à Agência ECCLESIA.
Uma das propostas do “Escutismo em casa” passa pela formação na área da Fé, partindo de tertúlias que juntaram o assistente nacional do CNE, padre Luís Marinho, e Juan Ambrósio, da Faculdade de Teologia da UCP, sobre o tema “Covid-19 Agir e/ou Rezar?”.
“São tertúlias vocacionadas para caminheiros e dirigentes, mas em que qualquer pessoa pode participar, basta aceder à página”, refere Ivo Faria, para quem estas iniciativas “são ocasiões para nos enriquecermos a nós próprios, e para os escuteiros não perderem a sua formação que, por estes dias também está suspensa”.
O “Escutismo em Casa” é também convite a entrar na Semana Santa e na vivência pascal.
Rui Lourenço Teixeira é escuteiro na Região de Setúbal e trabalhou esta proposta de âmbito nacional através da equipa de Pedagogia da Fé, que integra também o assistente nacional e a Secretaria Nacional Pedagógica.
“Pretende ser uma caminhada para o dia a dia, com propostas muito simples dirigidas a todas as Secções (grupos etários)”, explica à Agência ECCLESIA.
Rui Teixeira que foi representante da Conferência Internacional Católica do Escutismo na reunião pré-sinodal do Sínodo dos jovens, convocada pelo Papa em março de 2018, destaca ainda uma Via Sacra que será apresentada em dois formatos.
“Temos uma a pensar nos mais pequenos, lobitos (6 aos 10) e exploradores (10 aos 14), para acompanharem os passos de Jesus, e uma outra para as restantes secções. Pioneiros (14 aos 18), Caminheiros (18 aos 22) e Dirigentes”, precisa.
Ivo Faria recorda que o CNE está com as atividades suspensas, mas continua com o desafio de servir, admitindo que nos primeiros dias havia “alguma ansiedade no ar, com os Agrupamentos a evidenciarem grande vontade de ajudar”.
“Não estamos perante uma gripe normal, um incêndio ou aquela situação que acontece na comunidade em que os escuteiros saem das suas casas e sedes para ajudar massivamente”, assinala.
O chefe nacional diz compreender o impulso para agir, sentido nos agrupamentos, mas destaca que situação requer “cautela especial”.
Ainda assim, afirma que o CNE está sempre disponível e os pedidos podem chegar das entidades oficiais, “Proteção Civil, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Centros Paroquiais e mesmo o Ministério da Educação”.
O responsável assinala que eventuais participações dos escuteiros nunca serão atividades de massas e a acontecer é “sempre minimizando o impacto ao nível da segurança dos voluntários.
Segundo Ivo Faria, o serviço que se está a prestar, e que vai crescendo, “é para já silencioso”, e concretiza-se naquilo que rodeia o escuteiro na sua casa, nos familiares e pessoas mais idosas e também com os vizinhos.
“Muitas vezes não fazemos isto com o lenço ao pescoço, mas a nossa promessa nunca nos abandona e não é isso que nos torna menos escuteiros”, justifica.
O CNE -Escutismo Católico Português apresenta-se como a maior organização de juventude no país.
HM/OC