Bispos apelam à compreensão das comunidades e respeito pelas normas
Lisboa, 15 mar 2020 (Ecclesia) – Vários bispos e sacerdotes estão a usar a internet, nomeadamente as redes sociais, para celebrar a Eucaristia com os católicos de Portugal, neste primeiro domingo em que foram suspensas as celebrações comunitárias das Missas como prevenção do Covid-19.
O arcebispo de Braga afirmou hoje que a doação deve ser uma forma de estar na vida, no contexto do atual momento social de fragilidade que exige solidariedade, incentivando ao diálogo, à leitura e oração que une a família e leva à alegria de viver juntos.
No início da celebração, transmitida do oratório da casa episcopal, D. Jorge Ortiga defendeu a necessidade de respeitar às indicações das autoridades lamentando que alguns sacerdotes não estejam a respeitar a suspensão das celebrações comunitárias das Missas, determinada na sexta-feira pela Conferência Episcopal Portuguesa.
Não devemos ter atitudes irresponsáveis, prejudiciais para nós e para os outros, e predispondo-nos para conscientemente e com todo o sentido de responsabilidade acolher todas as determinações das entidades governamentais, ainda que possam ser restritivas da nossa liberdade”.
D. Manuel Quintas, na Diocese do Algarve, também realçou que se devem levar a sério todas as indicações que são dadas, seja da parte das autoridades competentes, governo, ligadas à saúde, seja da parte da Conferência Episcopal Portuguesa, por causa da pandemia Covid-19.
“Não são propostas facultativas, opcionais, são orientações que devem ser tomadas como uma decisão para cada um de nos e devemos naturalmente empenhar-nos em corresponder a quanto nos é pedido a esse respeito”, afirmou na homilia.
No final da celebração, o prelado reforçou os alertas, explicando que juntos é que se pode progredir na luta contra esse vírus que inunda toda a sociedade, incentivando a uma semana com serenidade e com responsabilidade.
Na Diocese de Coimbra, o bispo local começou Missa com o propósito de ter presente todas as intenções, preocupações, todos os sofrimentos mas também as alegrias da grande comunidade de cristãos abraços com algumas dificuldades, como a impossibilidade de participar presencialmente na celebração eucarística para que não se propague o vírus.
“Neste tempo de tribulação que vive a humanidade somos chamados por meio da fé a acreditar que o Senhor está efetivamente no meio de nós e numa atitude de anúncio, de comunicação, de transmissão de esperança, a fazer sentir também aos outros homens e mulheres”, disse na homilia D. Virgílio Antunes, no oratório da Casa Episcopal, onde desejou que este possa ser um domingo diferente mas rico de amor, de escuta, de diálogo com Deus e com os outros.
O bispo de Aveiro, na Eucaristia a que presidiu na Sé, pediu que Deus seja o refúgio também para cuidadores e trabalhadores da saúde: Queremos que a nossa confiança em Deus que passa pela confiança dos profissionais da saúde nos dê a esperança, o alento para vencermos estes tempos do civd-19 e centrarmos no que é importante na vida.
Neste singular caminho de Quaresma, marcado pela dura prova da difusão ameaçadora da epidemia, deixemos que o deserto nos faça experimentar aquela sede mais profunda que apenas o encontro com Deus pode extinguir”.
O cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima presidiu à Missa na casa episcopal e rezaram pelos que estão infetados pelo vírus e pelos seus familiares mas também pelos profissionais da saúde e cuidadores, “pelos sacerdotes que assistem o povo de Deus e pelas famílias que “têm os filhos mais pequenos em suas casas.
“O Senhor lhes dê fortaleza, animo para viver este momento de provação”, desejou, na celebração transmitida nas redes sociais.
No Arquipélago da Madeira, o bispo do Funchal observou que esta é uma Quaresma “singular”, porque o jejum que os católicos são chamados a fazer é, agora também, de privação da celebração dominical da Eucaristia e de tantas outras manifestações de fé.
“Oferecemos esta Santa Missa por todos, sobretudo pelos que estão doentes, no nosso país e no mundo inteiro. Queremos pedir ao Senhor que nos ajude a passar por esta provação com a serenidade da fé”, disse D. Nuno Brás, no início da celebração, onde revelou que, como bispo, “esta foi talvez a decisão mais difícil de tomar.
O arcebispo de Évora, na tarde deste domingo, explicou que sobre o terceiro Domingo da Quaresma, do encontro entre Jesus e a Samaritana, que fala de “água que dá a alegria de viver, que sacia a sede de paz e felicidade”.
“Neste tempo difícil de provação, tempo porem favorável e oportuno e cheio de graças, vem a propósito este intenso exercício de encontrar o Senhor e dialogar com ele na nossa vida, sabendo que já está em nossa casa”, desenvolveu, D. Francisco Senra Coelho que no final da Eucaristia uniu-se “de modo muito intimo às famílias” das pessoas doentes confirmadas na arquidiocese.
O arcebispo de Évora explicou que vai celebrar diariamente a Eucaristia, às 19h00, transmitida online, para “estar presente, estar próximo” e sentir-se “unido a todos” na arquidiocese.
CB/OC