Covid-19: Misericórdias e IPSS alertam para «grave situação» nos lares de idosos e pessoas com deficiência (c/vídeo)

Organismo descartam possibilidade de tratar doentes dentro destes equipamentos

Lisboa, 13 abr 2020 (Ecclesia) – A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) manifestaram hoje preocupação com a “grave situação” que dizem existir nos lares de idosos e pessoas com deficiência.

Em comunicado conjunto, os organismos sublinham, no contexto da pandemia de Covid-19, que os lares “não são equipamentos de saúde”, pelo que não podem ser deixados por sua conta no tratamento de doentes, dentro dos equipamentos.

A UMP e a CNIS sublinham que se está perante “uma doença aguda, de rápida evolução, alta contagiosidade, e elevada mortalidade na população frágil e idosa”, perante a qual os lares “não possuem condições, quer em termos de infraestruturas, quer em termos de recursos técnicos e humanos para darem acompanhamento” aos contagiados.

Misericórdias e IPSS falam em “sensação de impotência e abandono”, considerando que não é “compreensível nem aceitável que o Estado queira deixar os doentes com Covid-19 nos lares, retirando os utentes que não estão infetados”.

“Um doente com infeção de Covid-19 necessita de cuidados de saúde, com vigilância diária por médicos e enfermeiros. Precisará muito provavelmente de controlo sintomático em fim de vida por doença aguda e rapidamente progressiva. Suporte que os lares não podem dar sem o apoio complementar da saúde”, pode ler-se no comunicado.

As auxiliares não podem prestar cuidados de saúde em doença aguda. Não é a sua competência nem a sua missão. Não são médicos, nem enfermeiras”.

A UMP e a CNIS alertam ainda para a falta de espaços de isolamento, equipamentos de proteção individual (EPI) e profissionais de saúde “adequadamente treinados para prevenir o contágio”.

O Governo determina que compete aos lares a vigilância e tratamento de doentes com Covid-19, mas Misericórdias e IPSS consideram que o ficou por “definir a cobertura necessária de médicos enfermeiros e o fornecimento de EPI”.

“Temos assistido repetidamente nos últimos dias a situações dramáticas de doentes residentes em lar a quem não são assegurados os cuidados básicos de saúde”, adverte a posição conjunta.

As instituições decidiram constituir um Gabinete Técnico composto por profissionais qualificados, para apoio às Misericórdias, que vai ser alargado à CNIS.

O documento conclui-se com um apelo à intervenção do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para promover a articulação com o Ministério da Saúde.

OC

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