Covid-19: Funerais mais breves e só com familiares próximos

É preciso «educar as pessoas», diz pároco, para poder manter as igrejas abertas

Lisboa, 16 mar 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal suspendeu a celebração comunitária das Missas, mantendo a realização de funerais, com limitação à participação dos familiares mais próximos, durante a pandemia do Covid-19.

A indicação de celebração com a presença do menor número de familiares possível estende-se aos batismos e matrimónios, ainda que nestes casos a principal recomendação seja o reagendamento dos mesmos.

Numa nota divulgada na última sexta-feira, a Conferência Episcopal destacava a necessidade de seguir “as indicações diocesanas referentes a outros sacramentos e atos de culto, bem como à suspensão de catequeses e reuniões”.

Cada bispo é responsável pela decisão, no seu território diocesano, sendo a orientação mais comum, no caso dos funerais, de reservar um espaço para o velório, apenas no dia do sepultamento, seguindo as normas de proteção individual, sem abertura do caixão.

O rito – exclusivamente com a presença dos familiares diretos – inclui apenas a Última Encomendação e Despedida (sem Missa) conforme o Ritual das Exéquias, seguindo o féretro para o cemitério, sem o habitual cortejo fúnebre.

D. José Cordeiro, presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, disse à Agência ECCLESIA que as celebrações de outros sacramentos, após a suspensão das Missas, se devem “circunscrever ao núcleo familiar, às pessoas mais próximas” pelo “bem maior do dom da vida”.

https://www.facebook.com/dj.padre.guilherme/videos/662705161132466/

O padre Guilherme Peixoto, pároco de Amorim, Arciprestado de Vila do Conde/Póvoa de Varzim (Arquidiocese de Braga), recorreu às redes sociais para deixar algumas indicações aos fiéis, num momento em que “conter o vírus é fundamental”.

“Mais do que fechar as igrejas, é preciso educar as pessoas”, refere à Agência ECCLESIA o sacerdote, para quem é essencial que se sublinhe a limitação do número de participantes, indo mesmo “à frente do Governo”, se for caso disso.

“Protejam-se, fiquem em casa”, pede o pároco.

Os padres do Arciprestado (conjunto de paróquias) de Vila do Conde/Póvoa de Varzim referem, nas suas comunicações, que é “um pecado grave infringir os cuidados recomendados em favor da saúde pública”.

O número de infetados em Portugal pelo novo coronavírus subiu para 331, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde; o país registou hoje a primeira morte devido ao Covid-19.

O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

Globalmente há registo de mais de 6600 mortos e 173 mil infetados, desde finais de 2019.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) emitiu hoje uma norma sobre cuidados ‘post-mortem’ com cadáveres de pessoas infetadas com o novo coronavírus, recomendando a cremação dos corpos e determinando, em caso de enterro, que o caixão não seja aberto.

OC

Notícia atualizada às 23h59

Recomenda-se uma distância mínima de 2 metros, bem como não esquecer a “distância social” antes e depois de entrar na mesma.

Cada cristão faça-se acompanhar sempre de um frasco de desinfetante. Antes de se sentar, e quando se levantar, deve procurar limpar e deixar o seu espaço o mais protegido de vírus possível.

Entramos num tempo onde é importante ter num bolso o desinfetante, e no outro o terço. Companheiros de jornada indispensáveis.

Temos de ser muito responsáveis.

Ser cristão é proteger a vida.

Padre Guilherme Peixoto

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Agência ECCLESIA

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