Projeto vai ter 2ª fase de investigação
Lisboa, 04 mai 202 (Ecclesia) – A Universidade Católica Portuguesa (UCP) informou hoje que a “taxa de incidência à Covid-19 na população sem-abrigo é inferior à da população em geral”, segundo um estudo realizado em Lisboa, no qual participaram 500 pessoas.
Numa nota de imprensa enviada à Agência ECCLESIA, a UCP explica que esta investigação pretendeu, numa primeira fase, “diagnosticar” a presença de SARS-CoV-2 “da pessoa em condição de sem-abrigo utilizadora do Balneário Público de Alcântara e das estruturas do NPISA” (Núcleo de Planeamento e intervenção para a pessoa em situação Sem-abrigo).
Os investigadores usaram testes em saliva desenvolvidos pelo ‘SalivaTec’ e promoveram o “seguimento e encaminhamento clínico dos casos positivos detetados”.
“Das 500 pessoas em condição de sem-abrigo que integraram o estudo, os casos positivos à Covid-19 que residiam temporariamente em Centros de acolhimentos de emergência, foram isolados nas próprias instituições, após notificadas as autoridades Regionais e Locais de Saúde”, desenvolve.
Segundo a UCP, outros casos positivos de pessoas em situação de sem-abrigo foram localizados na rua e encaminhadas para a Estrutura de Apoio de Retaguarda para “garantir o isolamento e convalescença”.
O estudo ‘Vulneráveis mais vulneráveis? Diagnóstico e prevenção do risco da COVID 19 e do estado inflamatório das pessoas sem-abrigo em Lisboa’ foi desenvolvido pelas plataformas Nursing Research Platform – Lisboa e SalivaTec, do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com o NPISA Lisboa.
A professora Amélia Simões Figueiredo, a Escola de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde, adianta que vão iniciar a 2ª fase do estudo que “procurará relacionar o diagnóstico com o estado inflamatório dos indivíduos e outros fatores associados aos participantes”.
A investigadora principal explica que do estudo no Centro de Acolhimento do Beato e no Centro de Alojamento de Emergência Municipal de Santa Bárbara vão procurar responder a questões como: “Será que os contextos onde as pessoas em condição de sem-abrigo pernoitam interferem no valor da taxa de incidência à COVID 19?; Será que a medicação associada a comorbilidades dos sujeitos do estudo interfere na referida taxa?”
CB