Covid-19: D. José Traquina destaca necessidade de «salvaguardar a vida humana» e partilhar «experiência de fraternidade»

«Recomeçar e reconstruir» Portugal pós-pandemia, um caminho em «sinodalidade» como na Igreja

Foto: Lusa/EPA

Santarém, 10 jun 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana afirma que se tem de “salvaguardar a vida humana” e é preciso “viver com muito realismo” perante a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

“Aquilo que acho mais necessário, para já, é fazermos uma afirmação pela positiva daquilo que é o nosso dia. A vivência dos constrangimentos, as saudades do passado, o futuro negro à frente, viver um presente assim gera um mal-estar que nem dá gosto viver. Temos de salvaguardar a vida humana”, disse D. José Traquina à Agência ECCLESIA.

O bispo de Santarém considera necessário “fazer projeções, programar”, mas, para já, em cada dia para viver “é preciso ser positivo, ser animado, ter esperança, mas uma esperança localizada hoje no tempo”.

“O tempo é um dom que me é dado a viver para fazer o que é possível, ter boas vontades para a partilha e para na programação ter em conta o que é essencial, isto acontece a nível de uma família, numa pessoa, ou de uma comunidade e também da Igreja”, desenvolveu o responsável católico.

Segundo D. José Traquina, a solidariedade anunciada para a própria sociedade também “será dentro da Igreja, obviamente”, que quer ser “sinal dessa experiência de fraternidade” que os cristãos cultivam.

Nascemos assim e é assim que vivemos, não é uma afirmação individualista, é de fraternidade, de entreajuda e queremos alargar com a ajuda aos que precisam”.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana explica a partir da experiência da Igreja que “é um caminho encontrado com várias pessoas” o que se pretende para a sociedade portuguesa depois da pandemia de Covid-19.

“A Igreja já vinha a desenvolver com uma palavra que chamou sinodalidade, que é encontrar caminho, mas é um caminho encontrado com várias pessoas. Não é um pastor a inventar sozinho o caminho e a aplicá-lo, sigam por aqui, eu é que digo, mas é encontrar o caminho em comum”, disse.

Para conter o contágio do novo coronavírus, a Conferência Episcopal Portuguesa determinou a suspensão da celebração comunitária das Missas, a 13 de março, até “ser superada atual situação de emergência”.

“A Igreja atuou com responsabilidade porque veio ao encontro daquilo que é o fundamental, que é preciso defender, as pessoas. Naturalmente, dentro da própria Igreja é que houve cristãos que não entenderam bem assim, porque ficaram sem poder participar naquilo que era comum e normal e ficaram com alguma má disposição e compreende-se”, observou D. José Traquina.

Neste contexto, o bispo de Santarém afirma que existiu “uma questão fundamental” que é “a defesa da vida humana” e o que levou a essa posição por parte da Igreja Católica foi “uma questão de bom senso”, afinal, a “generosidade tem que se compatibilizar com a prudência”.

D. José Traquina acrescentou que a Igreja vai continuar “com cuidado, sempre na defesa dos dons de Deus”, que são “a vida humana” e os outros sinais que “dá nesta vida humana”, numa conversa que é transmitida hoje no programa ECCLESIA, pelas 22h45, na Antena 1 da rádio pública.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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