Diretora-geral da instituição católica sublinha aumento das necessidades
Lisboa, 09 dez 2020 (Ecclesia) – A Comunidade Vida e Paz, do Patriarcado de Lisboa, vai este ano levar para as ruas a sua tradicional festa de Natal com pessoas em situação de sem-abrigo, de 18 a 20 de dezembro.
A diretora-geral da Comunidade Vida e Paz, Renata Alves, disse à Agência ECCLESIA que a instituição católica sentiu a necessidade “de reforçar as ceias aos sem-abrigo”, por causa da pandemia, que obriga também à alteração nos moldes da festa de Natal.
As pessoas em situação de sem-abrigo terão acesso a serviços de saúde, cidadania e a uma refeição (take-away), com o apoio de parceiros institucionais, benfeitores e um pequeno grupo de voluntários.
“Este ano, iremos celebrar o Natal junto das pessoas que apoiamos diariamente, quer através das equipas de rua, quer nos Centros Terapêuticos e de Inserção, através da disponibilização de alguns serviços e de alguns miminhos, como forma de minimizar o impacto da não realização da Festa”, indica Renata Alves.
Não sendo possível dinamizar a Festa de Natal nos moldes habituais (Festa na Cantina da Cidade Universitária, em Lisboa), a equipa da coordenação geral, juntamente com a Direção da Comunidade Vida e Paz, optou por “um modelo de celebração de Natal muito mais simples e reduzido, como forma de assegurar o bem-estar e a saúde de todos os envolvidos”.
A diretora-geral recorda que, no início da crise provocada pela Covid-19, as pessoas “eram desafiadas a irem para casa”, o que não é uma alternativa para quem se encontra em situação de sem-abrigo.
Renata Alves observa que as instituições que atuam na área de apoio às pessoas sem-abrigo também se tiveram de adaptar.
A Comunidade Vida e Paz registou um aumento no número de pessoas a precisar de ajuda, de 400 para mais de 800, e nunca deixou de “ir à rua”.
O período “foi difícil” para estabelecer relação com as pessoas e “criar a sua confiança”, já que a prioridade foi “dar a refeição”.
Para além do apoio alimentar, a responsável adianta que os voluntários transmitiam aos sem-abrigo informações sobre os cuidados a ter e os riscos da pandemia.
A população que foi para a rua foi-se diversificando, porque “não tinham o suporte familiar”, refere a responsável da Comunidade Vida e Paz.
“A escuta e a motivação para a mudança” são essenciais neste caminho de ajuda, concluiu Renata Alves.
PR/LFS/OC