D. José Traquina pede que «seja evitado o pânico», que «em nada ajuda a discernir o procedimento correto»
Lisboa, 12 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo de Santarém publicou a nota ‘Solidários no dever ético de evitar a propagação do COVID-19’, na qual pede à diocese que, “em todas as circunstâncias, seja evitado o pânico”, que “em nada ajuda a discernir o procedimento correto”.
“Acompanhando a preocupação de todas as pessoas, devido à insegurança provocada pela facilidade de propagação do coronavírus, tenhamos presente as instruções e recomendações de comportamento dadas pela Direção-Geral de Saúde e outras que surjam do Governo ou autarquias”, explica D. José Traquina.
Na nota para os padres, diáconos, e todos os cristãos da diocese, o bispo de Santarém informa de decisões e indica “algumas recomendações que poderão a qualquer momento ser atualizadas”, sobre a atividade pastoral.
D. José Traquina suspende “os encontros de catequese das crianças e adolescentes”, até ao dia 29 de março, depois de ouvir o responsável do secretariado diocesano, e lembra que “todas as atividades” com os escuteiros já foram canceladas durante “quinze dias”, como indicou a Junta Nacional do Corpo Nacional de Escutas.
O bispo de Santarém pede “prudência nas celebrações litúrgicas” e que se sigam as recomendações do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa – “A Comunhão na mão, a Comunhão por intinção dos sacerdotes concelebrantes, a omissão do gesto da paz e o não uso da água nas pias de água benta.
Já as confissões do tempo da Quaresma, “a juízo do pároco, podem passar para depois do Domingo de Páscoa”, mas “não se negue” esse sacramento a quem o pede e “não é concedida autorização para promover ‘absolvições coletivas’”.
“Se as circunstâncias não se alterarem, no Tríduo Pascal, deve omitir-se o rito do Lava-pés, na Quinta-feira santa, e na ‘Adoração da Cruz’, na Sexta-feira Santa, deve evitar-se os beijos, fazendo-se a reverência à cruz com a genuflexão ou uma profunda inclinação”, indica D. José Traquina.
No âmbito da Pastoral Social devem ser seguidas as indicações de “suspensão de visitas aos Centros de Dia e Lares de pessoas idosas, “excetuando os casos de absoluta necessidade, em conformidade com outras indicações de autoridades competentes”, e o apoio de pessoas idosas que estão em casa, “substitua-se a visita por uma palavra com o uso de telefone”.
“Em todas as circunstâncias, seja evitado o pânico; em nada ajuda a discernir o procedimento correto”.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4 mil mortes; cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países; Portugal regista 78 casos confirmados de infeção e 637 suspeitos, segundo a Direção-Geral da Saúde.
CB