Covid-19: Arcebispo de Évora incentiva à «vigilância» para conter «pandemia que ameaça o mundo»

D. Francisco Senra Coelho alerta para «insensata agenda política» da eutanásia

D. Francisco Senra Coelho Foto AE/MC

Évora, 26 jun 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirma que 2020 “mergulhou numa espiral temática em torno da Covid-19” e apela à “vigilância” para conter os contágios do vírus que “não dá tréguas”, alertando para a agenda política que defende a eutanásia.

“O país que lutou incansavelmente por salvar a todo o custo as vidas humanas assiste agora à insensata agenda política de alguns que cismam em ser profetas da morte pela eutanásia”, afirma D. Francisco Senra Coelho, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo Departamento da Comunicação da Arquidiocese de Évora.

Os projetos de lei para a legalização da eutanásia em Portugal foram aprovados na generalidade no Parlamento, em fevereiro, e estão nesta altura em fase de discussão na especialidade; No dia 18 de junho, a Federação Pela Vida (FPV) entregou no Parlamento cerca de 95 mil assinaturas para pedir um referendo sobre a eutanásia, mais 35 mil em relação ao exigido por lei.

Na nota ‘No limiar do risco e da confiança: Vivemos tempos de Vigilância’ sobre a pandemia de Covid-19, o arcebispo de Évora lembra que durante o período de confinamento “era habitual ouvir dizer que tudo ia ser diferente após esta crise sanitária” mas quando existe “a oportunidade de construir algo mais belo e melhor” e, “sem qualquer pessimismo”, a aprendizagem foi de “pouca duração”.

“Ao final de um mês e meio de retomarmos paulatinamente as nossas vidas, assistimos a incompreensíveis ondas de intolerância, violência e vingança cultural”, acrescenta.

O arcebispo de Évora explica que se assiste à “incapacidade social” para saber “conviver de forma vigilante e combativa ao vírus que não dá tréguas”, sobretudo com comportamentos de risco que “deixam em total estado de alerta” para um segundo surto que se avizinha “e parece não ser nada inofensivo”.

“A Pandemia que ameaça o mundo e, de uma forma particular, volta a ameaçar as populações da Arquidiocese de Évora, não se circunscreve a um problema médico, mas é uma ameaça gigante que está a ameaçar a vida pessoal de cada cidadão, o bem-estar das famílias, a prosperidade da geração mais jovem, a dignidade dos mais idosos, o equilíbrio social, a ordem pública, a credibilidade das instâncias de governo e, no fundo, a abrir brechas que necessitam de ser saradas com inteligência, rigor, determinação e sensatez”, desenvolveu.

Segundo D. Francisco Senra Coelho não se pode permitir que “o mundo volte a parar” e apela que as celebrações comunitárias das Missas “sejam espaços e momentos educativos proactivamente ao serviço da solução face à pandemia e nunca da imprudência”.

“As perdas e as condições a que estivemos sujeitos roubaram milhares de vidas, roubaram muitos sonhos e projetos, isolaram muitos idosos e doentes, lesaram muitas famílias e, diante dos estudos macroeconómicos apresentados, irão deixar no desemprego e na pobreza muitos irmãos e concidadãos nossos”, acrescenta.

Na sua nota, o arcebispo de Évora pede “sensatez e prudência de confiar” nos investigadores, médicos e profissionais de saúde, autoridades governamentais, militares e policiais e a tantos profissionais que “arriscam todos os dias nas diferentes áreas do trabalho humano a maior gratidão pela redobrada competência”.

CB

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