D. Jorge Ortiga evoca cenário «verdadeiramente catastrófico» dos hospitais
Braga, 21 jan 2021 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga apelou hoje à responsabilidade individual para travar a progressão da pandemia de Covid-19, evocando o cenário “verdadeiramente catastrófico” dos hospitais.
“A pandemia, provocada pela Covid-19, parece imparável, tendo em conta o número crescente de infetados e mortos. Parece, mas não é. Sim, não é. Mas com todo o realismo, isso está nas mãos de cada um de nós”, escreveu D. Jorge Ortiga, numa nota divulgada online.
O texto, publicado por ocasião das novas medidas de confinamento, tem oito pontos e alerta para “comportamentos impensados” que manifestam “desrespeito pela própria vida e pela vida dos outros”.
“Urge que cada um se comporte como se o fim da pandemia dependesse de si. Trata-se de um dever de cidadania, civismo, humanismo, lucidez, sentido de pertença e de compromisso com o bem comum. Para um católico, as obrigações tornam-se ainda mais evidentes. É o amor a Deus que o exige e o amor ao próximo que o reclama”, indica o arcebispo primaz.
A mensagem deixa uma saudação aos profissionais de saúde e aos lares e instituições de solidariedade que enfrentam as consequências da pandemia.
D. Jorge Ortiga mostra-se preocupado com a solidão dos mais velhos, pedindo que as comunidades católicas manifestem a sua solicitude, “através de gestos expressivos”.
Nesse sentido, convida a “usar de forma criativa todas as oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias para se manter em contato e alcançar aqueles que estão sozinhos, ansiando sempre, quando possível, por poder encontrar-se fisicamente ao redor da mesa eucarística”.
A nota aborda a suspensão das celebrações públicas da Missa, alertando para o risco de uma “fé intimista e preguiçosa”.
“Teremos menos ritos e tradições, mas podemos ter mais Palavra de Deus. Temos menos atividades paroquiais e diocesanas, podemos ter mais família como Igreja doméstica. Teremos menos encontros, mas podemos ter mais caridade e ternura no acompanhamento das pessoas e das famílias. Temos menos receitas económicas, podemos ter mais partilha e transparência”, aponta o arcebispo de Braga.
O responsável católico fala do “silêncio dos funerais”, apelando à sensibilidade do clero nestes momentos, determinando que sejam “restritos à família, com o cumprimento de todas as indicações prescritas, mas com a celebração da Eucaristia”.
“A comunidade terá de encontrar modos de proximidade e presença. Bastará imaginar um pouco e permitir que o amor ao próximo invente gestos de verdadeira afetividade”, acrescenta.
D. Jorge Ortiga anuncia a transmissão diária da Eucaristia, online, a partir da Catedral de Braga, pelas 17h30, de segunda a sexta-feira, e às 11h30 dos domingos.
“Na tarde dos domingos da Quaresma, sempre a partir da Sé Catedral, em horários a indicar oportunamente, faremos uma experiência, que intitulamos ‘Casa da Palavra’, onde desenvolveremos diversas interpelações sugeridas pela parábola do Bom Samaritano”, adianta também.
OC