Solenidade é vista como marca da identidade católica em Portugal
Fátima, 07 jun 2023 (Ecclesia) – As dioceses portuguesas celebram esta quinta-feira a solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como Corpo de Deus, uma festa com raízes medievais.
O responsável do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima considera que a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo surge “da necessidade” de valorizar a Eucaristia, na vida da Igreja.
“O grande dia é a Quinta-feira Santa, onde se celebra a instituição da Eucaristia no contexto do tríduo pascal e tudo, de certo modo, acontece à pressa, mas depois sentiu-se esta necessidade de ter um dia para se viver este tesouro da Igreja”, realçou à Agência ECCLESIA o padre Joaquim Ganhão.
Nesta solenidade, os cristãos mostram que está “ali o tesouro” da Igreja e levam-no, nas procissões, pelas “ruas das localidades”.
A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo celebra-se no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, ligando-se assim à Última Ceia; nos países onde não é feriado civil, a celebração assinala-se no próximo domingo.
Esta festa litúrgica começou a ser celebrada em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de Missa e ofício próprios.
“É um dia que na tradição de muitas igrejas locais enche de beleza as cidades, vilas e aldeias”, disse o responsável numa entrevista ao Programa ECCLESIA que é emitida esta quinta-feira, na RTP2.
Nas procissões realizadas, “o Santíssimo Sacramento passa nas ruas e torna-se vizinho de todos”, acrescentou o responsável do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima.
Na origem, a solenidade constituía uma resposta aos que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento; teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de festa de Corpo de Deus.
“Tudo isto acaba de congregar as pessoas na festa em torno da Eucaristia”, disse o padre Joaquim Ganhão.
Esta festa é um “grande testemunho de amor a Cristo” concretizado na presença na Eucaristia e na procissão onde “se dá a cara por Cristo no mundo de hoje”.
A procissão eucarística é “um eco continuado da Eucaristia que se celebra”, reforça o padre Joaquim Ganhão.
O Papa Francisco apelou hoje à celebração da solenidade do Corpo de Deus, falando num dia que celebra a Eucaristia, “centro e fonte da vida da Igreja”.
“Aproximai-vos frequentemente e com devoção de Jesus, o Pão da Vida que dá força, luz e alegria, e Ele se tornará a fonte das vossas escolhas e das vossas ações”, disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.
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