Coreia do Norte sem liberdade religiosa

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou para a violação sistemática dos Direitos Humanos na Coreia do Norte, explicando que “informações proporcionadas por refugiados que fugiram dão conta de condições horríveis nos campos de trabalho (forçado), uma grave escassez de alimentos e ausência dos direitos mais fundamentais, como os de expressão, religião e reunião”. Num discurso perante o novo Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Louise Arbor falou ainda da região sudanesa do Darfur, adiantando que “a violência atingiu, em termos de intensidade e frequência, um nível de gravidade que não se via desde 2003 e 2004”. “Insto o Governo do Sudão a que procure a assistência das forças da paz da ONU no seu esforço para estabelecer uma paz duradoura”, referiu a Alta Comissária na primeira sessão plenária deste novo órgão das Nações que substituiu a Comissão de Direitos Humanos. Arbor fez referência ainda à Somália – “que não pode manter-se por mais tempo como a crise esquecida de África, pois a violência, as deslocações e o caos estão a expor os civis a um sofrimento maciço” – e ao Uzbequistão. Kim Jong-II Na Coreia do Note apenas é permitido o culto ao líder Kim Jong-II e ao seu pai, Kim Il-Sung, e o regime sempre tentou impedir a presença religiosa, em particular budista e cristã. É obrigatório os fiéis registarem-se em organizações controladas pelo partido e são recorrentes as perseguições brutais e violentas contra os que não cumprem esta obrigação ou contra quem pratica actividade missionária. Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, desde que se instaurou o regime comunista, em 1953, desapareceram cerca de 300 mil cristãos e já não existem sacerdotes nem freiras que, provavelmente, foram mortos durante as perseguições. Actualmente são cerca de 100 mil os que, nos campos de trabalho, são submetidos à fome, torturas e mesmo a execuções. Tanto os ex-funcionários como os prisioneiros afirmam que, nos campos de reeducação e nas prisões, os cristãos sofrem tratamentos piores que os outros detidos. O Estado considerou 51 categorias sociais: os que praticam uma fé não controlada pelo Governo estão nos últimos lugares, com menos oportunidades de educação e de trabalho, não recebendo subsídios alimentares e sendo constantemente vítimas de violência. O Governo declara que a liberdade religiosa existe no país e que é garantida pela Constituição. Os números do Governo falam de cerca de 10 mil budistas, 10 mil protestantes e 4 mil católicos, mas estes números referem-se apenas aos fiéis inscritos nas associações reconhecidas e controladas pelo Governo. Na capital, Pyongyang, há três igrejas, duas protestantes e uma católica. No interior das igrejas protestantes faz-se muita propaganda ao regime e os sacerdotes comparam o “querido líder” Kim Jong-II, a um semideus. Na única igreja católica não há nenhum sacerdote e apenas se realiza uma oração colectiva todas as semanas.

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