Mundial ajuda a reavivar a memória da identidade nacional dos emigrantes, asseguram sacerdotes que acompanham os portugueses
Um tom de euforia domina por estes dias a vida da comunidade portuguesa presente na cidade do Cabo, na África do Sul, onde milhares de de portugueses e luso-descendentes fizeram ontem a festa, depois da vitória de Portugal por 7 a 0, frente à Coreia do Norte.
[[a,d,1285,Desporto – Pe. Ivaldo Betin, África do Sul]]A ECCLESIA falou com o Pe. Ivaldo Betin, capelão da comunidade portuguesa daquela província da África do Sul, que se mostrou satisfeito pelo facto do mundial de futebol “estar a servir para reavivar a memória da identidade nacional dos emigrantes, já que quando saímos à rua, as bandeiras estão nas casas, os carros estão enfeitados, conseguimos logo distinguir quem é português”.
O sacerdote, que acompanha aquela comunidade portuguesa há três anos, reforça esta ideia ao afirmar que “apesar de muitos luso-descendentes já terem nascido aqui, de estudarem e trabalharem aqui, de se considerarem sul-africanos, ao mesmo tempo têm orgulho de serem portugueses”.
A comunidade portuguesa radicada na Cidade do Cabo ascende a mais de 20 mil pessoas, de acordo com dados do Consulado Português do Cabo. “É composta sobretudo por emigrantes vindos da Ilha da Madeira”, acrescenta o capelão, “o que faz com que o desempenho do madeirense Cristiano Ronaldo seja acompanhado com orgulho e satisfação”.
[[a,d,1287,Desporto – Pe. Gerardo Garcia – comunidade portuguesa da cidade do Cabo ]]Com tudo isto, é impossível dissociar futebol de religião, que se misturam na vida da comunidade, num clima de festa. O Pe. Gerardo Garcia, que também presta serviço espiritual e social aos portugueses, dá o exemplo perfeito ao destacar “a missa do mundial, realizada no dia de abertura da competição, em que todas as pessoas colocavam as camisolas da sua selecção, celebrando a eucaristia em família”.
Seja no Clube Português da Cidade do Cabo, em casa ou nos estádios, o Mundial de Futebol da África do Sul preenche o dia-a-dia dos emigrantes lusos, ao mesmo tempo que sonham com uma vitória de Portugal no certame.