COP27: Confederação internacional da Cáritas defende participação ativa das «comunidades vulneráveis»

Organização católica assume preocupação com impacto da crise climática sobre os países mais pobres

Foto: Caritas.org

 

Sharm el-Sheikh, Egito, 07 nov 2022 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas alertou para a necessidade de dar “voz” às comunidades mais pobres e vulneráveis na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que começa hoje em Sharm el-Sheikh, no Egito.

“Será uma oportunidade para defender a justiça climática e chamar a atenção do mundo para as condições das comunidades vulneráveis e os seus sofrimentos como resultado das mudanças climáticas, mesmo que não sejam diretamente responsáveis por isso”, aponta o secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, Aloysius John, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A delegação da organização católica no Egito vai incluir representantes regionais e nacionais da Cáritas.

A COP27, que decorre até 18 de novembro, reúne decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais, com o objetivo de travar o aquecimento global do planeta, entre outras metas.

“As mudanças climáticas tiveram um grande impacto na atual crise alimentar e migratória. A comunidade internacional e principalmente os Estados responsáveis pela degradação da nossa Casa Comum devem agir imediatamente”, sustenta Aloysius John.

O secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’ assume como prioridade o debate sobre os impactos negativos irreversíveis causados por eventos climáticos extremos, relacionados com o clima.

“Sem um mecanismo de financiamento fiável e abrangente para garantir financiamento que ajude os países a lidar com as perdas e danos induzidos pelo clima, os países mais vulneráveis afundar-se-ão ainda mais na dívida e na pobreza cada vez que forem atingidos por desastres climáticos, pelos quais não são responsáveis”, aponta.

De acordo com a Cáritas Fiji, o ciclone tropical Winston afetou 57% dos meios de subsistência relacionados com agricultura e causou danos estimados em cerca de 30% do PIB nacional, atingindo 540 mil pessoas.

Já nas Filipinas, o tufão Rai causou danos ao setor agrícola num total de 210 milhões de euros, a que se somam 55 milhões de euros no setor das pescas.

A Cáritas defende que os fundos climáticos devem concentrar-se em “iniciativas de desenvolvimento comunitário resilientes ao clima”, e não em empréstimos, que sobrecarregariam os países em desenvolvimento.

O Vaticano vai estar representado em Sharm el-Sheikh pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que viajou este domingo para o Egito desde o Barém, onde acompanhou a visita do Papa.

Francisco falou da COP27 no discurso inicial da sua 39ª viagem internacional, desejando que a cimeira “constitua um passo em frente” na definição de medidas “concretas e com visão, feitas a pensar nas gerações mais jovens, antes que seja demasiado tarde e se comprometa o seu futuro”.

OC

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Agência ECCLESIA

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